A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) orienta que todas as mulheres, a partir dos 40 anos, iniciem o rastreamento do câncer de mama. No entanto, para as pacientes consideradas de alto risco, o acompanhamento médico deve começar mais cedo.
Isso porque, nesses casos, a mulher se torna mais suscetível a ter a doença, mesmo quando jovem, além de, atualmente, ser possível realizar condutas preventivas antes do desenvolvimento do câncer.
O câncer de mama de caráter hereditário corresponde a aproximadamente 10 % do total dos casos.
Para esclarecer este assunto, conversamos com a mastologista, Dra. Keila Ribeiro Rodrigues. Acompanhe o conteúdo e entenda melhor.
Como saber se tenho alto risco para o câncer de mama?
Se você tem histórico familiar de câncer de mama em parentes de primeiro grau (mãe ou irmã), principalmente quando o diagnóstico ocorreu antes dos 50 anos de idade, é importante que procure um mastologista para avaliação.
Na consulta, ele fará uma série de perguntas que o ajudarão a identificar a necessidade de iniciar o rastreamento da doença mais cedo do que o indicado pela SBM.
Além disso, hoje se sabe que existem mutações genéticas, como as dos genes BRCA1 e BRCA2, que elevam consideravelmente os riscos para os tumores de mama e ovário, dentre outros com porcentagens menores.
Para que você entenda melhor, todos temos esses genes que produzem proteínas supressoras de tumores. Ou seja, reparam o DNA danificado, que pode dar início ao câncer. Porém, em algumas pessoas, estes não funcionam adequadamente, tornando o organismo mais vulnerável à doença.
Por esse motivo, quando uma mulher é diagnosticada com câncer de mama, se houver indicativos de que pode se tratar de causa genética, é indicada a realização de um teste genético de sangue, o qual aponta se existe a presença de mutações.
Em caso afirmativo, é importante familiares de primeiro grau se consultarem com um oncogeneticista, de forma a realizar exames, se necessário, e iniciar o rastreamento mais cedo.
Além disso, também são consideradas pacientes de alto risco aquelas que têm o seguinte histórico:
– pelo menos um familiar de primeiro grau com diagnóstico de câncer de mama antes dos 50 anos de idade;
– pelo menos um familiar de primeiro grau com diagnóstico de câncer de mama bilateral ou câncer de ovário, em qualquer faixa etária;
– homens, em qualquer grau de parentesco, com diagnóstico de câncer de mama.
Em qual idade o rastreamento destas pacientes deve começar?
Para as mulheres com as características citadas, o rastreamento anual deve começar 10 anos antes da idade do diagnóstico da parente, ou aos 25 anos. Por isso, é importante passar por uma avaliação clínica.
Nesses casos, especificamente, além da mamografia, indicada para todas as mulheres, pode ser necessário realizar também o exame de ressonância magnética anualmente, a depender do histórico familiar de cada uma. Para aquelas que não podem fazer ressonância por algum motivo, uma opção é a ultrassonografia mamária.
Além do rastreamento, é possível prevenir o câncer de mama de alguma forma nessas mulheres?
A resposta é sim. Quando uma mulher é diagnosticada com as mutações genéticas BRCA1 e BRCA, existe a possibilidade, se for de consentimento da paciente, de realizar as chamadas cirurgias redutoras de risco.
Essas compreendem a adenomastectomia bilateral, ou seja, a remoção das glândulas mamárias para serem substituídas por próteses, e a ooforectomia preventiva, na qual são retirados os dois ovários e as trompas.
Lembrando que, apesar de reduzirem muito o risco para tumores de mama e ovário, este não é zerado, o que torna importante a continuidade do acompanhamento médico.
Esperamos que este conteúdo tenha trazido os esclarecimentos que você buscava. Caso acredite que se enquadra como paciente de alto risco, agende uma consulta com um mastologista.
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