O mês de julho ganhou a cor verde para conscientizar sobre a importância da prevenção e detecção precoce do câncer de cabeça e pescoço, sexto tipo mais comum entre todos os tipos de neoplasias.
Sabemos que quando a doença é diagnosticada em sua fase inicial, as chances de cura podem chegar a 90%. Porém, cerca de 76% dos casos são descobertos em estágios avançados, o que reduz os índices de cura e torna os tratamentos mais agressivos.
Para esclarecer os diferentes aspectos destes tumores, conversamos com a cirurgiã de cabeça e pescoço, Dra. Mariana Guerra. Confira o conteúdo e fique por dentro.
O que é o câncer de cabeça e pescoço
Este é o nome genérico dado aos tumores que acometem a cavidade oral (boca), faringe, laringe, cavidade nasal, seios paranasais e tireoide.
Quais são os fatores de risco para a doença?
Apesar de o tabagismo e o consumo de álcool, principalmente quando associados, serem responsáveis por cerca de 70% dos casos da doença, existem outros fatores que aumentam o risco de desenvolver os tumores de cabeça e pescoço. Veja alguns deles:
– câncer de boca: exposição ao Sol sem protetor labial e infecção por alguns subtipos do papilomavírus humano (HPV);
– câncer de laringe ou faringe: obesidade, infecção por alguns subtipos do papilomavírus humano (HPV), algumas síndromes genéticas, ser do sexo masculino e ter refluxo gastroesofágico;
– câncer de tireoide: obesidade, ser do sexo feminino, histórico familiar, síndromes hereditárias e exposição à radiação ionizante.
Para quais sintomas é preciso estar atento?
O diagnóstico do câncer de cabeça e pescoço normalmente ocorre em estágios avançados porque os sintomas são similares e outras doenças, levando as pessoas a não procurarem um médico. Por isso, é preciso estar atento aos seguintes sinais:
– surgimento de nódulo (caroço) no pescoço;
– feridas ou aftas que não cicatrizam por mais de 15 dias;
– dor de garganta que não passa;
– dificuldade para mastigar ou engolir;
– alteração na voz ou rouquidão;
– sangramento ou obstrução nasal;
– tosse com sangue.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é feito por meio de avaliação clínica do paciente e exames de imagem como ressonância magnética, ultrassonografia ou tomografia. Para confirmar a suspeita da doença, o médico solicita uma biópsia, no intuito de analisar se há células cancerígenas. Se os sintomas mencionados acima ocorrerem de forma persistente, a indicação é de que você procure um especialista para investigação.
Quais os tratamentos disponíveis?
O tratamento mais adequado para o câncer de cabeça e pescoço vai depender de diversos fatores, como o tipo de tumor, sua localização, estágio da doença e condições clínicas do paciente. Levando em consideração todas essas informações, os mais utilizados são:
– cirurgia para remoção total do tumor, o tratamento mais indicado, podendo ser convencional, laparoscópica (minimamente invasiva), microcirurgia transoral a laser ou a cirurgia robótica;
– radioterapia, em que se utiliza a radiação ionizante para destruir, ou controlar, as células cancerígenas e preservar as células sadias que estão em volta do tumor. Pode ser indicada como tratamento único ou complementar à cirurgia;
– quimioterapia, que consiste no uso de diferentes medicamentos para destruir as células neoplásicas. Pode ser realizada antes ou após a cirurgia;
– imunoterapia, um dos protocolos mais modernos, o qual utiliza medicamentos que auxiliam o sistema imunológico do paciente a atacar as células cancerígenas. Geralmente é recomendada para casos avançados da doença, inclusive metastáticos.
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