Entre as particularidades do câncer de colo do útero estão o fato de ser um tumor que pode ser prevenido, pois depende, na grande maioria dos casos, da presença do papilomavírus humano, o HPV, para acontecer. Na mesma medida, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), esse é o quarto tipo de tumor com maior mortalidade entre as mulheres.
Há diferentes motivos para os números de pacientes afetadas pela doença não reduzirem, os quais envolvem preconceito, falta de informação e a baixa adesão à vacina, conforme mostramos no post anterior.
Sabendo dessa realidade e da importância da prevenção dessa doença, que atinge cerca de 570 mil mulheres por ano em todo o mundo, vamos falar sobre o exame de Papanicolau e a vacinação de meninas e meninos, sendo esse um procedimento preventivo essencial.
Confira e saiba mais sobre esse importante assunto!
O que é o exame Papanicolau?
O Papanicolau é um exame ginecológico de citologia vertical realizado em mulheres a partir dos 25 anos que tenham vida sexual ativa. Recebeu esse nome graças ao médico romeno e criador do procedimento, Geórgios Papanicolau, pioneiro nos estudos citológicos.
É comum que algumas mulheres sintam medo ou receio do exame, no entanto o mesmo, realizado no próprio consultório do ginecologista, é simples, rápido, normalmente indolor e imprescindível para avaliar a saúde feminina.
Na prática, o Papanicolau consiste na coleta de células do colo do útero com o objetivo de diagnosticar lesões ou alterações que possam indicar o HPV, maior causador dos tumores do colo uterino. Além disso, o procedimento também diagnostica outras doenças sexualmente transmissíveis.
Caso sejam encontradas quaisquer alterações, passam a ser indicados outros exames, bem como o material coletado segue para biópsia.
Quem deve tomar a vacina contra o HPV?
Como citamos, o Papanicolau é o exame responsável pela detecção do papilomavírus humano, o que auxilia diretamente na prevenção e diagnóstico precoce de tumores, levando à cura na maioria dos casos.
Entretanto, tão importante quanto as mulheres com vida sexual ativa se cuidarem, é vacinar meninas e meninos contra o HPV. Desde 2014, o Ministério da Saúde oferece gratuitamente a vacina quadrivalente para meninas de 9 a 13 anos.
Em 2017, as meninas de 14 anos e os meninos de 11 a 14 anos também foram incluídos no esquema vacinal, o qual abrange 2 doses, sendo a segunda aplicada 6 meses após a primeira. Para pessoas com HIV o esquema vacinal inclui 3 doses e a faixa etária é mais ampla, de 9 a 26 anos.
Outros grupos podem se vacinar em serviços privados. Nesse caso, a vacina quadrivalente está aprovada para prevenção de lesões genitais pré-cancerosas do colo do útero, vulva e vagina e verrugas genitais relacionadas aos HPV 6, 11, 16 e 18.
Já a vacina bivalente está aprovada para prevenção de lesões genitais pré-cancerosas do colo do útero, vulva e vagina relacionadas aos HPV 16 e 18.
Todavia, apesar de existir um meio eficiente de prevenção como é o caso da vacina, a baixa adesão é um fato que precisa ser mudado no Brasil. Infelizmente, mitos como ideia de que a vacinação estimula o início da vida sexual ou causa efeitos colaterais graves, contribuem para essa triste realidade.
Por isso, é essencial conscientizarmos não só as mulheres quanto a importância dessa e outras condutas para evitarem o câncer de colo do útero, mas pessoas de todas as idades responsáveis pela saúde das crianças que um dia se tornarão adultos sexualmente ativos.
Nosso conteúdo foi últil para você? Então compartilhe em suas redes sociais para informar outras pessoas!