O Instituto Nacional de Câncer – INCA estima 15,1 mil novos casos de câncer de boca, 16.660 casos de tireoide e 7.790 de laringe para cada ano de 2023 a 2025. Porém, publicações recentes apontam que, até 2025, o Brasil deve registrar quase 120 mil novos casos de câncer de cabeça e pescoço, termo genérico para cânceres de glândulas salivares, seios nasais, faringe, laringe, cavidade oral e orofaringe. A preocupação da comunidade médica é que o número de casos em jovens vem crescendo. Antes, a prevalência era maior em homens acima dos 40 anos, mas vem aumentando nas mulheres e nos jovens a partir dos 20. O consumo de álcool, tabagismo e tipos de alto risco para o papilomavírus humano (HPV) são os principais fatores de risco.
Até o final do último século, os tumores de cabeça e pescoço eram mais comuns em homens, com mais de 50 anos, e tinham como causa principal o tabagismo e o consumo em excesso de álcool. Agora, têm aumentado a incidência em mulheres e jovens, principalmente na faixa de 20 a 40 anos.
Uma das causas do aumento do número de casos de câncer de cabeça e pescoço pode estar relacionada ao maior consumo de cigarro entre as mulheres, e, no caso dos jovens, há estudos associando o crescimento à infecção por HPV (papilomavírus humano), principalmente quando os tumores estão localizados na região da boca e base da língua”, cita a cirurgiã oncológica Mariana Escani Guerra, coordenadora do Grupo de Tumores de Cabeça e Pescoço do COP – Centro de Oncologia do Paraná.
Para se prevenir contra o câncer de cabeça e pescoço é preciso eliminar os fatores de risco, o que envolve em não fumar, evitar o consumo de bebidas alcoólicas, usar preservativos durante o sexo oral e até mesmo se prevenir contra a exposição solar em excesso.
Fique atento aos sintomas
O diagnóstico precoce é fundamental para o aumento das taxas de cura. Quanto mais inicial for o diagnóstico, melhor será para a pessoa. A chance de curar um câncer de cabeça e pescoço é maior do que 80%, desde que seja diagnosticado no primeiro estágio, por isso, é importante estar atento aos sinais e sintomas.
“É importante observar, por exemplo, lesões na boca que não cicatrizam; caroços (gânglios) na região do pescoço; rouquidão ou mudança na voz, dificuldade de engolir; ou dor de garganta persistente que durem por mais de duas semanas. Notou algo diferente, procure um médico especialista”, ressalta Mariana Escani Guerra, cirurgiã oncológica do COP.