Biópsia: entenda o que é e como é feito o exame

Apenas de ouvir a palavra “biópsia”, muitas pessoas podem se sentir receosas. No entanto, esse medo pode ser, na verdade, falta de entendimento.

E é exatamente isso que queremos desmistificar agora.

Se seu médico pediu uma biópsia, ou se você tem dúvidas sobre isso, agora vamos te ajudar a entender tudo sobre esse procedimento.

Só adiantando, ele é superimportante e é feito unicamente para o seu bem. Vamos conhecer melhor todos os detalhes a seguir.

 

Entenda para que a biópsia é indicada

É muito comum vermos pacientes ansiosos porque seu médico solicitou alguma biópsia, e isso é totalmente compreensível.

No entanto, é preciso entender que na maioria das vezes em que um médico indica o procedimento, a suspeita não é de uma doença grave.

Existem algumas situações nas quais é muito comum a realização de biópsia. As principais são:

• Remoção e avaliação de pólipos (conhecidos como verrugas);
• Diagnóstico de doenças autoimunes;
• Diagnóstico de doenças infecciosas (como no estômago);
• Suspeita de câncer.

Sim, de fato o câncer é diagnosticado com o auxílio de uma biópsia, mas o procedimento também é utilizado para diagnosticar outras doenças menos graves.

A biópsia é um recurso extremamente necessário no processo de investigação de doenças.

Ela normalmente é indicada após a realização de algum exame de imagem como a ultrassonografia.

Em resumo, se o médico tem alguma suspeita ou precisa de mais esclarecimento para fechar o diagnóstico, ele solicitará a biópsia.

Por exemplo, se você precisa fazer uma endoscopia e o médico suspeita de gastrite, esofagite ou infecção pela bactéria H. Pylori, certamente ele precisará coletar material para fazer uma biópsia.

O que é biópsia e como é feita

A biópsia é um procedimento médico realizado para obter uma amostra de tecido ou células do corpo de uma pessoa. Ou seja, um pequeno pedacinho seu precisará ser coletado. Ela também é conhecida como punção biópsia.

Ela pode ser realizada em diversos órgãos do corpo, como:

• Pele;
• Mama;
• Próstata;
• Fígado;
• Pulmões;
• Medula;
• E outros.

Normalmente, o procedimento é bem rápido e indolor. Na maioria das vezes, é feito no próprio consultório médico.

Durante o procedimento, é retirada uma pequena quantidade de tecido do local indicado para que seja examinado mais detalhadamente.

Então, a amostra é enviada a um laboratório, onde será processada, preparada e examinada por um patologista.

Patologistas são médicos especializados na análise de tecidos e células. O resultado da biópsia normalmente fica pronto em poucos dias.

Após isso, é só levar o resultado no dia do seu retorno com seu médico e ele irá avaliar e te explicar melhor as informações relevantes.

Preparo para a biópsia

Se você sabe que vai precisar fazer uma biópsia, talvez esteja se perguntando: como é a preparação para o procedimento?

Fique tranquilo, vamos explicar tudo o que você precisa saber!

Primeiramente, tenha em mente que, antes da biópsia, o médico fará uma avaliação completa, revisando todo o seu histórico médico.

Além disso, ele pode solicitar exames complementares, como exames de imagem ou outros exames laboratoriais.

É importante informar ao seu médico quaisquer medicamentos que esteja tomando, problemas de saúde, alergias ou uma possível gravidez.

Existem também algumas recomendações específicas, de acordo com o tipo de biópsia.

Para a biópsia gastrointestinal ou colorretal é necessário um jejum mínimo de 12 horas. Já na biópsia da mama o jejum não é necessário, por exemplo.

Em todos os casos, os profissionais responsáveis irão passar detalhadamente as orientações que você deve seguir para o seu procedimento ser realizado com sucesso.

Tipos de biópsia

Confira, a seguir, os tipos mais comuns de biópsia:

Biópsia da pele

É indicada para pessoas que tenham predisposição ao câncer de pele e que tenham lesões ou manchas em constante mudança.

O procedimento é feito com anestesia local para analisar os aspectos da lesão, como também diagnosticar ou descartar doenças.

Independentemente se você tiver casos de câncer de pele na sua família ou não, é importante estar atento ao surgimento de lesões e manchas na sua pele.

Fique de olho também nos “sinais” ou “pintas” que surgirem ou mudarem de cor, tamanho e textura.

Em caso de dúvidas, busque um dermatologista para uma avaliação.

Biópsia da mama

Geralmente são indicadas quando observados cistos ou nódulos nos exames de imagem.

Nesse caso, a biópsia irá auxiliar no diagnóstico de neoplasias, sejam malignas ou benignas.

É indicado para mulheres acima de 35 anos e que tenham histórico familiar de câncer de mama ou outros fatores que podem levar ao desenvolvimento de câncer.

Biópsia do colo do útero

O câncer do colo do útero é o terceiro mais prevalente em mulheres. A biópsia é importante para fazer o rastreio de lesões no colo uterino.

O ideal é fazer anualmente o exame Papanicolau, também conhecido como citológico ou preventivo.

A biópsia é indicada para fechar o diagnóstico de lesões pré-cancerosas ou que ainda estejam em investigação.

Como o câncer do colo do útero tem evolução lenta, se a prevenção for realizada anualmente e surgir alguma lesão, provavelmente estará em estágio inicial e isso é muito importante para a eficácia do tratamento.

Biópsia hepática (fígado)

A biópsia hepática tem o objetivo de verificar:

• Função hepática;
• Alterações das vias biliares;
• Infecções como hepatites, cirrose ou insuficiência renal;
• Existência de nódulos;
• Surgimento de tumores.

Também é indicada para investigar Hemocromatose, que é o excesso de ferro no organismo.

Biópsia da tireoide

Hoje em dia, é muito comum as pessoas apresentarem problemas na tireoide, inclusive nódulos, sendo que as mulheres possuem uma predisposição maior.

Por isso, é importante fazer exames de imagem, como ultrassonografia e, caso alguma alteração seja identificada, os médicos irão solicitar a biópsia para analisar os nódulos.

Felizmente, a grande maioria dos nódulos na tireoide (cerca de 70%) são benignos.

A biópsia também auxilia no diagnóstico de doenças autoimunes, como Tireoidite de Hashimoto.

Biópsia renal

É indicada para pacientes com grandes alterações na urina, como excesso de proteínas ou presença de sangue, pois essas condições podem indicar um mau funcionamento do sistema renal.

Embora o procedimento seja rápido, o paciente precisará ficar algumas horas em observação após a conclusão do procedimento.

Biópsia colorretal

Quando existe uma suspeita de lesão colorretal, é realizada a biópsia durante a colonoscopia.

Por se tratar de um tipo de câncer com incidência alta nos últimos anos, acometendo cada vez mais pessoas jovens, é muito importante fazer a colonoscopia a partir dos 45 anos e repetir a cada 10 anos, se não houver sintomas.

Embora carregue um estigma, a biópsia é extremamente rápida e indolor.

Biópsia da próstata

Essa biópsia é realizada com o ultrassom transretal, sendo necessária a aplicação de anestesia ou de uma pequena sedação do paciente.

Infelizmente, o câncer de próstata é o que mais causa óbito entre os pacientes, exatamente devido à resistência ao exame do toque e até mesmo à realização da biópsia.

O procedimento é fundamental para que o médico possa iniciar o tratamento e evitar que um câncer possa se desenvolver e/ou se espalhar.

Mitos e verdades sobre a biópsia

Para você se familiarizar de vez com esse termo, confira alguns dos principais mitos e verdades sobre o assunto. Assim, você irá encarar esse procedimento com muito mais segurança!

Biópsia só é solicitada quando há suspeita de câncer

Como mencionamos anteriormente, esse é um dos principais mitos sobre o procedimento.

A biópsia serve para investigar a possibilidade de doenças infecciosas e inflamatórias diversas.

Até mesmo algumas doenças autoimunes precisam de biópsia para serem diagnosticadas. Então não, ela não é utilizada apenas em suspeitas de câncer.

Biópsias são extremamente dolorosas

Falso também. Ao se realizar o procedimento, seja em que parte do corpo for, sempre serão utilizados anestesia ou sedativos leves.

Por esse motivo, em alguns casos você será orientado a ter um acompanhante no momento da biópsia para, após o procedimento, ter ajuda para se deslocar.

Nem sempre é necessária a internação do paciente

Como você deve ter percebido, existem diversos tipos de biópsias e, por conseguinte, diversos tipos de coletas.

Muitas são extremamente simples e rápidas, é verdade. Nesses casos, o paciente faz tudo no consultório e é liberado após alguns instantes.

Porém, é importante citar que existem biópsias que precisam de cirurgia para serem realizadas. E, nesses casos, haverá a necessidade de internação.

O importante é que o paciente tenha em mente que o objetivo é sempre o seu bem-estar e o acompanhamento adequado da sua condição de saúde.

Conclusão

Esperamos que você tenha entendido que a biópsia é um procedimento seguro e confiável.

Ela tem um papel fundamental no diagnóstico de doenças, além de conceder informações importantes para um planejamento e tratamento adequado.

É importante ressaltar que o procedimento deve ser realizado por profissionais capacitados e que conduzam possíveis tratamentos com ética, respeito e humanidade.

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