Ao longo dos conteúdos relacionados ao Março Azul-Marinho, mês de conscientização sobre o câncer colorretal, nós abordamos os fatores de risco, os sintomas e o diagnóstico da doença, a qual atinge o intestino grosso e o reto.
Para o último post da série especial criada para a data, conversamos com o cirurgião colorretal e do aparelho digestivo, Dr. Esdras Camargo A. Zanoni, sobre os tratamentos e as inovações para tratar esses tipos de tumores. Acompanhe e saiba mais sobre o assunto!
1. Quais são os principais tratamentos para o câncer colorretal?
O tratamento padrão do câncer colorretal é cirúrgico e realizado, na grande maioria dos casos, por via minimamente invasiva, seja ela laparoscópica ou por assistência robótica. Após o tratamento cirúrgico, pode ser que haja também a necessidade de complementação com quimioterapia.
Em alguns casos selecionados, principalmente quando os tumores já se disseminaram para outros órgãos, o tratamento quimioterápico pode ser realizado antes da cirurgia. Outra exceção à regra vale para os cânceres do reto, para os quais se costuma iniciar o tratamento pela radioquimioterapia e, somente após algumas semanas do seu término, realizar a cirurgia.
2. Como os protocolos para cada paciente são definidos?
Os protocolos de tratamento são definidos com base nos seguintes fatores:
- estadiamento pré-operatório (avaliação que define se a doença é localizada no intestino ou se já houve disseminação para outros órgãos);
- informações pós-operatórias histopatológicas do tumor e de sua drenagem linfática a partir do estudo detalhado do espécime cirúrgico pelo médico patologista.
Atualmente, tem-se também como rotina o estudo de certas características moleculares do tumor, as quais podem refinar ainda mais o tratamento subsequente à cirurgia.
3. O câncer colorretal tem cura? Nos casos em que os tumores são completamente ressecados, como normalmente se dá o seguimento desses pacientes?
O câncer colorretal tem cura e esse aspecto está diretamente relacionado com a fase em que ele é diagnosticado. Ou seja, tumores descobertos mais cedo têm maiores chances de cura.
Os pacientes que tiveram sua doença completamente tratada devem ser submetidos à seguimento que consiste em:
- realização periódica de exame físico, exame laboratorial de CEA – antígeno carcinoembrionário;
- exames de imagem, incluindo tomografia computadorizada e ressonância magnética);
- exames de colonoscopia.
Nos primeiros dois anos, o seguimento é realizado sob intervalos mais curtos e, a partir daí, ocorre um maior relaxamento na sua periodicidade, porém deve ser continuado até que se completem cinco anos do tratamento.
4. Quais as principais inovações relacionadas aos diferentes tipos de tratamentos?
Algumas inovações têm surgido em todos os âmbitos de tratamento do câncer colorretal. No cenário cirúrgico, a videolaparoscopia tem papel sacramentado, pois permite recuperação mais acelerada com menores complicações pós-operatórias, além de possibilitar ao paciente um retorno mais rápido ao trabalho e outras rotinas.
Mais recentemente, a cirurgia com assistência robótica tem proporcionado algumas vantagens sobre a laparoscopia em casos selecionados, principalmente quanto se trata de câncer no reto.
O contexto clínico também tem evoluído de forma significativa por meio de estudos mais aprofundados sobre os tumores, que fornecem informações valiosas.
Atualmente, é possível determinar de antemão quais responderão ou não a determinados tipos de esquemas terapêuticos com agentes quimioterápicos e imunobiológicos, por exemplo. Isso é conhecido como terapia-alvo, a qual está cada vez mais presente no tratamento dos cânceres em geral.
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