Enfrentar o câncer é um grande desafio: uma doença que atinge mais de 1 milhão de pessoas no país todo, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), e muda todo o curso do futuro. Pode ser um mal bem silencioso e que chega sem avisar, como foi o caso da vendedora Rosimari Mariani.
“Um dia eu estava deitada em casa quando sem querer resvalei a mão no seio e senti, na hora, um caroço estranho”, conta. Logo depois do exame do toque, ela procurou um médico e veio o diagnóstico: câncer de mama.
O tratamento exige muito dos pacientes durante o processo, que pode ser ainda mais difícil quando apresentam quadros de baixa autoestima e depressão. Isso, muitas vezes acontece pela queda excessiva dos cabelos, uma das reações ao forte tratamento. Para alguns, essa fase do processo de cura é muito pior do que o próprio diagnóstico ou a medicação: estudos revelam que a queda do cabelo durante o tratamento – um dos efeitos colaterais mais traumatizantes da quimioterapia – incide diretamente nas taxas de desistências e afeta, principalmente, mulheres.
Dado esse cenário, alguns hospitais e clínicas de oncologia do país, como o Centro de Oncologia do Paraná (COP) – pioneiro do uso dessa tecnologia no estado –, adotaram um sistema britânico, que atua de maneira uniforme no couro cabeludo por meio do sistema de resfriamento de um líquido circulante: a touca inglesa.
“A medicina tem avançado ao longo deste ano, tendo conseguido amenizar os efeitos colaterais do tratamento”, afirma a oncologista e diretora do Centro de Oncologia do Paraná (COP), Mônica Stramare Pereira. “Um dos mais importantes avanços, com relação direita na autoestima das pacientes e no bem-estar durante a quimioterapia, é a touca inglesa, que evita a queda de cabelo durante o tratamento”.
Desde 2018, o COP oferece esse sistema espacial, que resfria o couro cabeludo do paciente a uma temperatura entre 18°C e 22°C. Isso permite a menor absorção dos fármacos nesta região, o que evita ou reduz a perda de fios. Em 80% dos casos, os pacientes tratados relataram a diminuição da alopecia a ponto de não precisar usar lenço ou peruca, o que aconteceu com Rosimari.
Fonte: https://www.diarioinduscom.com/edicao-online/diario-industriacomercio-12-de-fevereiro-de-2019/