Assim como os mais diversos tipos de neoplasias, o câncer de próstata não é uma doença única, mas um conjunto de tumores com características distintas. Por esse motivo, quando falamos em tratamento, existem diferentes protocolos a serem indicados, os quais variam de acordo com certos critérios.
Na prática, no momento em que um paciente é diagnosticado, os urologistas, radioterapeutas e oncologistas clínicos devem traçar um panorama a respeito de características próprias do tumor como grau de agressividade, disseminação para outros órgãos, comorbidades, sintomas urinários, entre outras informações que guiarão as condutas.
No conteúdo de hoje, que contou com a participação do oncologista clínico, Dr. Bruno Batista, listamos os tipos de tratamentos existentes, que podem ser feitos juntos ou de forma isolada. Confira e fique por dentro.
Vigilância ativa
Nem sempre o câncer de próstata precisa de tratamento imediato, ou mesmo no futuro. Conforme o grau de agressividade do tumor, pode ser indicada a vigilância ativa.
Trata-se de uma modalidade de conduta em que o paciente não recebe cirurgia, radioterapia ou outro tratamento. O objetivo é ofertar seguimento clínico com exames e focar em qualidade de vida. Caso seja evidenciado que o tumor está aumentando de tamanho, aí sim será indicado intervenção, seja por cirurgia ou outros métodos.
Cirurgia
O principal tipo de cirurgia para o câncer de próstata é a prostatectomia radical. Nesse procedimento, é retirada toda a glândula prostática e alguns dos tecidos ao redor, incluindo as vesículas seminais.
Uma das mais importantes inovações cirúrgicas dos últimos anos é a cirurgia robótica, minimamente invasiva, que traz maior precisão aos cirurgiões e vantagens aos pacientes, como recuperação mais rápida e retorno precoce às atividades.
Radioterapia
A radioterapia utiliza radiação ionizantes para destruir ou inibir o crescimento dos tumores. Assim como a cirurgia ela pode ser indicada para cura do câncer de próstata. Tem papel importante principalmente para tumores de alto grau e localmente avançados.
Além da cura, também pode atuar controlando a doença ou mesmo com intuito antálgico (para alívio da dor).
Hormonioterapia
A hormonioterapia, também conhecida como terapia de supressão androgênica, visa reduzir o nível dos hormônios masculinos (andrógenos) no corpo, sendo os principais a testosterona e a diidrotestosterona (DHT).
Esse protocolo pode ser indicado para aumentar as chances de cura quando utilizado em conjunto com a radioterapia. Também pode ser empregada para controle da doença em casos metastáticos (em que a doença já se espalhou), com objetivo de aumentar a qualidade de vida e sobrevida.
Quimioterapia
Por vezes, a quimioterapia, que tem o objetivo de destruir as células neoplásicas com o auxílio de diferentes medicações, é indicada para casos metastáticos em associação com terapia hormonal.
Radiofármacos
Podemos lançar mão de tratamentos que emitem radiação diretamente dentro dos focos tumorais. Os mais conhecidos são o lutécio-PSMA e Rádio 223. Em geral são indicados para tratamento de casos metastáticos e possuem resultados promissores.
Terapia-alvo
Uma das grandes inovações do tratamento oncológico para câncer de próstata é a terapia-alvo. São medicamentos que agem em proteínas e mutações específicas presentes nos tumores. Até 10% dos tumores prostáticos também apresenta essas falhas no DNA, sobretudo quando há as mutações dos genes BRCA 2 e BRAC2. Essas alterações permitem a utilização de um medicamento chamado olaparibe, que pode aumentar a sobrevida desse grupo.
Estes são os protocolos de tratamento do câncer de próstata disponíveis hoje. A cada ano que passa, novas pesquisas são lançadas, trazendo novas opções de terapias, cada vez mais personalizadas e efetivas.
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