O câncer de mama é o tipo de tumor mais frequente entre as mulheres de todo o mundo, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Nesse contexto, o Outubro Rosa tem o objetivo de conscientizar sobre a importância da prevenção e diagnóstico precoce da doença, que possibilitam taxas de cura de até 95%.
Para esclarecer alguns aspectos importantes desta neoplasia, conversamos com a oncologista clínica, Dra. Rayana Pecharki Postai. Acompanhe o post e saiba mais sobre o assunto!
Somente mulheres com histórico familiar podem ter câncer de mama?
A resposta é não! Todas as mulheres estão sujeitas à doença. No entanto, existem alguns fatores de risco, evitáveis e não evitáveis, que devem ser conhecidos, pois elevam as chances de desenvolvimento de tumores mamários malignos. São eles:
Fatores de risco não evitáveis:
– idade acima de 50 anos em função das alterações biológicas pelas quais passa o corpo conforme o envelhecimento;
– primeira menstruação antes dos 12 anos ou menopausa tardia devido à exposição hormonal prolongada;
– primeira gravidez e amamentação após os 30 anos ou ausência de filhos;
– história de câncer de mama e de ovário em parentes de primeiro grau (mãe, irmã e filha) e mutações genéticas herdadas, como a BRCA1 e BRCA2;
– exposição à radioterapia de tórax, por qualquer motivo, antes dos 30 anos;
– ter mamas densas, o que pode dificultar a observação de alterações na mamografia;
– histórico de hiperplasia mamária, que consiste no crescimento excessivo das células da mama.
Fatores de risco evitáveis:
– obesidade, que aumenta o risco de doenças como diabetes e hipertensão, também pode contribuir com a formação de tumores de mama graças à inflamação causada pela doença, alterações hormonais, entre outros;
– sedentarismo, condição frequentemente associada ao sobrepeso e a obesidade, fatores de risco importantes para o câncer de mama;
– dieta rica em gorduras saturadas e alimentos processados, por exemplo, e pobre em frutas, verduras, legumes, fibras e grãos;
– consumo de álcool, principalmente em excesso, o que não descarta o risco do consumo esporádico, e tabagismo;
– reposição hormonal, principalmente com estrogênio, para o tratamento da menopausa.
Para quais sintomas é necessário que as mulheres estejam atentas?
Em seus estágios iniciais, o câncer de mama não costuma apresentar sintomas, por isso a importância de realizar as consultas e exames de rotina, que incluem mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética conforme o caso. Porém, é importante as mulheres ficarem atentas aos seguintes sintomas:
– presença de nódulos ou caroço nas mamas ou axilas. Os endurecidos, sólidos e fixos são os que chamam mais atenção, mas todos devem ser investigados;
– vermelhidão ou descamação na pele da mama ou mamilo;
– pele endurecida ou inchaço em parte do seio, com sensação de calor e peso, principalmente em apenas uma mama;
– aparecimento de feridas que não cicatrizam ou lesões vermelhas similares a erupções cutâneas, processos alérgicos e picadas de insetos;
– saída de secreção pelo mamilo, seja de cor vermelha ou transparente;
– dor ou inversão do mamilo;
– retração e irregularidades na mama, como covinhas, franzidos ou que fazem a pele ter aspecto de “casca de laranja”.
No caso de diagnóstico de câncer de mama, quais são os principais tratamentos?
O tratamento do câncer de mama pode ser feito por diferentes protocolos, que dependem de fatores como tipo e subtipo da doença (divide-se basicamente em luminais A e B, HER2 e triplo negativo), estágio em que se encontra e se houve disseminação local ou à distância. Veja quais são eles:
Cirurgia
De modo geral, as cirurgias para os tumores mamários podem ser:
– conservadoras, quando apenas o tumor e a margem de segurança da mama são retirados;
– mastectomia, com a retirada total da mama e, normalmente, reconstrução no mesmo momento;
– adenomastectomia, que retira a glândula mamária e preserva pele e aréola.
O procedimento a ser feito é definido caso a caso.
Quimioterapia
Tipo de tratamento que envolve a infusão de medicamentos para combater as células cancerígenas, com o objetivo de destruí-las ou mantê-las inativas. Pode ser utilizado apenas um tipo de fármaco ou uma combinação deles, a depender de cada caso.
Além disso, os quimioterápicos podem ser administrados antes de cirurgia para reduzir ou eliminar o tumor, sendo denominado um tratamento neoadjuvante. Quando ocorre após o procedimento cirúrgico visando destruir possíveis células cancerígenas remanescentes, chama-se adjuvante.
Hormonioterapia
Para as pacientes com câncer de mama de crescimento estimulado por hormônios femininos (com receptores de ligação para estrógeno e progesterona), a terapia hormonal visa bloqueá-los para prevenir a recidiva do tumor e aumentar as taxas de sucesso no caso de neoplasias em estágios iniciais. Além disso, essa terapia também pode ser utilizada no câncer metastático, com o objetivo de controlar a sua progressão.
Terapia-alvo anti HER2
Se o câncer for tipo histológico HER2, podem ser recomendados medicamentos para bloquear apenas as células tumorais positivas para esta proteína, impedindo os estímulos para o seu crescimento.
Imunoterapia
É um dos grandes avanços relacionados ao subtipo mais agressivo do câncer de mama, o triplo negativo. Ao contrário dos outros tipos de tratamentos sistêmicos, que se baseiam em atacar as células do câncer diretamente, a imunoterapia estimula o próprio sistema imunológico da paciente a identificá-las e combatê-las.
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