Você sabia que existem diferentes tipos de câncer que podem afetar os olhos das crianças? O mais comum entre eles é o retinoblastoma, que corresponde a cerca de 3% das neoplasias infantis, representando aproximadamente 400 casos por ano.
Para esclarecer alguns fatores importantes sobre a doença, conversamos com a oncologista pediátrica, Dra. Ana Luiza de Melo Rodrigues. Acompanhe e fique por dentro.
O que é o retinoblastoma?
O retinoblastoma é um tipo de tumor ocular maligno, originário das células da retina, podendo afetar um ou ambos os olhos. É mais comum entre crianças de 1 a 5 anos de idade. Existem três tipos da doença:
– unilateral: afeta um olho e corresponde a maioria dos casos (até 75%);
– bilateral: afeta ambos os olhos, sendo quase sempre hereditário;
– trilateral: além de afetar os dois olhos, também está associado a tumores presentes nas células nervosas primitivas do cérebro.
Por que ele acontece com as crianças?
A principal causa do retinoblastoma é o fator genético. Ou seja, o portador herda uma mutação no gene Rb1, que resulta em seu aparecimento. Inclusive, crianças que tiveram a doença têm 50% de chance de passar a condição para seus descendentes. Vale frisar que, quando congênito, costuma aparecer antes de 1 ano de idade.
No entanto, este tipo de câncer pode surgir como qualquer outro. Uma boa parte dos casos ocorre eventualmente, quando uma célula sofre mutação e começa a se multiplicar de forma descontrolada e desordenada.
Quando é relacionado a outros fatores que não a hereditariedade, o retinoblastoma costuma se manifestar em crianças com mais de 1 ano de idade.
Quais são os sintomas do retinoblastoma?
Os principais sintomas que os pais precisam conhecer e estar atentos são:
– olho de gato: área branca e opaca na pupila, chamada leococoria, causada pela reflexão da luz provocada pela doença. Pode ser visível em fotos tiradas com flash;
– estrabismo (problemas na movimentação dos olhos);
– dor ocular;
– ambliopia (olho preguiçoso), com diminuição da capacidade visual;
– globo ocular maior que o normal.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico começa a ser feito já na maternidade, por meio do teste do reflexo vermelho, conhecido como teste do olhinho. Este exame de prevenção é repetido outras vezes, durante os primeiros anos da criança.
Como a detecção precoce faz toda a diferença para o sucesso do tratamento, é recomendado que, quando os pais forem tirar fotos das crianças e perceberem reflexos diferentes entre os olhos, estrabismo, ou outros sinais que podem indicar a doença, procurem um médico para que seja feita a investigação.
Para confirmar o diagnóstico de retinoblastoma e verificar sua extensão, podem ser realizados exames como ultrassonografia bidimensional, tomografia computadorizada e ressonância magnética.
Como é o tratamento para o retinoblastoma?
A escolha do tipo de tratamento dependerá de alguns fatores, como a lateralidade da doença, a possibilidade de preservar a visão e o estadiamento do tumor.
Visando eliminar o câncer, salvar a vida da criança e, quando possível, preservar o olho e o máximo da visão, entre os tratamentos comumente utilizados estão terapias combinadas como:
– quimioterapia ou radioterapia para ajudar a reduzir o tamanho do tumor;
– laserterapia e crioterapia, utilizada para tratamento local (geralmente em tumores pequenos);
– cirurgia de enucleação, que consiste na retirada do globo ocular (para tumores grandes, com ausência de visão no olho adoecido).
Agora que você já sabe mais a respeito do retinoblastoma, lembre-se que, quanto antes descoberto, maior a chance de cura e de preservação da visão da criança. Aos primeiros sinais da doença, procure um pediatra.
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