Tratamento ainda não é a primeira escolha na maioria dos casos, mas pode ser utilizado quando outras opções não estão dando resultado
Uma das grandes inovações do tratamento do câncer é a terapia-alvo, que ainda causa muitas dúvidas em pacientes. Esse tipo de terapia utiliza moléculas e anticorpos capazes de atacar proteínas importantes para o funcionamento das células doentes, inibindo a transmissão de sinais pela célula maligna de modo a bloquear, enfraquecer e impedir sua expansão.
Apesar de o conceito não ser novo, ele foi evoluindo com o passar do tempo e hoje é uma realidade usual na luta contra a doença. Já existem métodos para tratar tumores de mama, pulmão, rim, tireoide, ovários, pele, fígado, colón e reto. Além disso, são contemplados os melanomas, sarcomas, leucemias e linfomas.
Trastuzumabe: terapia-alvo que vem trazendo bons resultados
Uma das terapias-alvo que tem tido grande sucesso no tratamento inicial do câncer de mama é o Trastuzumabe, um medicamento que bloqueia a ação do HER2 na membrana da célula maligna, presente em excesso em cerca de 25% das neoplasias de mama.
As drogas, administradas por via venosa ou oral, atuam como uma espécie de míssil teleguiado. Assim, bloqueiam proteínas específicas, ou alvos moleculares. Ao contrário da quimioterapia, que age tanto em células doentes quanto saudáveis, por meio desse recurso há menos efeitos colaterais.
Porém, apesar das vantagens, a terapia-alvo não é a primeira escolha de tratamento na maioria dos casos. No momento, a grande maioria é utilizada quando a doença já criou metástases e outras opções de tratamento, como a quimioterapia e a radioterapia, não estão apresentando o efeito desejado. Futuramente, é possível que muitos tumores venham a ser tratados com medicamentos exclusivos para bloquear alvos moleculares para a multiplicação de células malignas.
Dra. Emanuella Benevides Poyer
Médica oncologista do Centro de Oncologia do Paraná
CRM-PR 31052