O câncer de pulmão é o que apresenta a maior taxa de mortalidade no mundo. Entretanto, importantes inovações relacionadas ao seu tratamento vêm surgindo nos últimos anos, com o objetivo de elevar as taxas de cura e reduzir as chances de recidivas.
O oncologista clínico, Dr. Bruno Batista, participou do maior congresso sobre câncer no mundo, o ASCO Anual Meeting edição 2021, e listou algumas novidades relacionadas às neoplasias pulmonares. Confira o conteúdo e saiba quais são elas!
Principais novidadespara o tratamento do câncer de pulmão
Lembrando o congresso de 2020, a edição do evento desse ano trouxe importantes estudos para o tratamento dos tumores de pulmão. Um dos mais importantes trabalhos, que certamente irá mudar a prática clínica, é o IMPOWER 010, o qual avaliou a medicação atezolizumabe (imunoterapia) após quimioterapia para pacientes submetidos à cirurgia. Essa medicação diminuiu a chance de a doença recidivar em 2 anos em 15%, aumentando consideravelmente as taxas de cura, bem como elevando a chance de controle da doença de 60% para 75% nesse tempo, quando comparado com a quimioterapia isolada.
Para a doença localizada, ou seja, candidata à cirurgia, mais um importante estudo foi apresentado. O CHECKMATE 816 utilizou a imunoterapia nivolumabe associada à quimioterapia, mas em cenário neoadjuvante (anterior à cirurgia). Apesar de ainda não se ter os dados de sobrevida e taxa de recidiva, o resultado dessa estratégia impressiona, com taxa de resposta patológica completa (desaparecimento da doença) entre 23% e 40%.
É sabido que pessoas com essa taxa de resposta têm maior chance de cura em outros tumores. Agora é aguardar os resultados definitivos, mas essa é uma importante contribuição à luta para vencer o câncer de pulmão.
Houve ainda mais dados sobre terapias-alvo para mutações específicas, seguindo os três últimos anos do ASCO. Se em 2020 viu-se medicamentos inibidores de EGFR, MET e RET, esse ano foram apresentadas novas moléculas para mutações atípicas de EGFR, HER3 e, especialmente, para KRAS G12C. Dessas três mutações, a do KRAS era a mais significativa, pois é mais frequente que as outras e, em geral, torna o tratamento mais desafiador por ter resistência aos tratamentos convencionais.
A cada ano a ciência e a medicina estão mais perto de vencer essa doença tão particular que é o câncer de pulmão. Gostou do conteúdo? Então acompanhe as nossas redes sociais para mais notícias sobre este e outros tipos de tumores!