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Leucemia infantil: como identificar?

01/06/2023

Centro de Oncologia do Paraná

As leucemias, denominadas como um conjunto de diferentes subtipos de câncer que afetam os leucócitos (glóbulos brancos), acometem tanto adultos quanto crianças. Inclusive, quando relacionadas a elas, trata-se do tipo de neoplasia mais comum.

Como citamos em um dos conteúdos da campanha Fevereiro Laranja, mês de conscientização sobre a doença, as leucemias podem ser agudas ou crônicas. No caso da leucemia infantil, cerca de 97% dos casos são das formas agudas, sendo o tipo mais comum a linfoide aguda.

Para esclarecer sobre sintomas, diagnóstico e outros aspectos deste tipo de câncer, conversamos com a oncologista pediátrica, Dra. Alejandra Adriana Cardoso de Castro. Acompanhe o conteúdo e fique por dentro!

Principais sinais e sintomas de leucemia infantil

Diversos sintomas da leucemia infantil podem ser confundidos com outras doenças. Por este motivo, é fundamental que pais e responsáveis estejam atentos caso ocorram em conjunto ou de forma frequente. São eles:

– Dor nas pernas e nas articulações sem trauma anterior;

– Cansaço extremo sem motivo aparente;

– Febre persistente sem quadro infeccioso diagnosticado;

– Palidez e anemia;

– Manchas roxas e/ou pintinhas vermelhas (petéquias) na pele;

– Hemorragias;

– Aumento dos gânglios linfáticos (ínguas);

– Dor e aumento de volume abdominal, que pode ser causada por aumento do fígado ou do baço;

– Falta de apetite contínua;

– Perda de peso sem motivo.

Caso a criança apresente estes sinais e sintomas, juntos ou isolados, é importante marcar uma consulta com um pediatra o mais rápido possível. Por mais que, na maioria dos casos, eles indiquem condições benignas, quando se trata do câncer, o diagnóstico precoce gera menos fragilidade, fazendo com que a criança tolere melhor o tratamento.

Como é feito o diagnóstico da leucemia infantil

O diagnóstico da leucemia em crianças inicia na consulta médica, com análise da história clínica e de exame físico, o qual visa avaliar o estado geral de saúde do paciente e a presença de sintomas.

O próximo passo é a solicitação de exames. O primeiro deles é o hemograma, que mostra se existem alterações sugestivas, como plaquetas baixas, anemia, aumento ou redução de glóbulos brancos e presença de blastos (células características da doença). Caso haja alterações, são pedidos exames confirmatórios e classificatórios, geralmente coletados por aspiração de medula óssea. Entre eles estão:

– Mielograma: identifica a presença de blastos na medula óssea;

– Imunofenotipagem (por citometria de fluxo): feita com amostra de medula óssea, sangue ou outros líquidos corporais, possibilita a confirmação e classificação da leucemia;

– Cariótipo (avaliação dos cromossomos das células doentes – blastos): análise cromossômica para identificar alterações genéticas que determinam risco de recidiva da doença, alterando intensidade do tratamento;

– Biologia molecular: conjunto de exames mais sensíveis que o cariótipo, avaliam mutações genéticas que podem ocorrer nas células da doença.

Caso o resultado do mielograma não seja conclusivo ou o aspirado da medula óssea não ofereça amostra suficiente para o exame, o oncologista pediátrico pode solicitar uma biópsia, em que um fragmento ósseo é retirado com agulha própria. Nos casos em que há um grande número de glóbulos brancos doentes circulando, o exame da medula óssea pode ser substituído por coleta simples de sangue, a critério do médico.

Depois de confirmado o diagnóstico, é coletado líquido cefalorraquidiano (líquor), que circula ao redor do cérebro e da medula espinhal. O objetivo é identificar a presença de células leucêmicas no sistema nervoso central.

Além disso, podem ser solicitados exames de imagem como radiografias, ultrassonografias, tomografias e ressonâncias magnéticas para a avaliação da doença.

Tratamento

O tratamento da leucemia infantil varia conforme o tipo e classificação da doença. Ele se baseia em quimioterapia, podendo ser utilizado também imunoterapia, radioterapia e transplante de medula óssea. Sua duração também depende de cada caso.

Esperamos que este conteúdo tenha sido útil para você. É muito importante estar atento a quaisquer alterações sugestivas para que ocorra o diagnóstico precoce. Lembre-se: quanto antes o câncer for detectado, melhor.

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1 Comentário

  1. Célio Silva

    Excelente explanação, entendível para todos que desconheciam os sintomas iniciais, e que agora, podem ficar atentos a alguns sinais aparentemente corriqueiros nas crianças.

    26 de julho de 2023 às 14:03

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