As leucemias, denominadas como um conjunto de diferentes subtipos de câncer que afetam os leucócitos (glóbulos brancos), acometem tanto adultos quanto crianças. Inclusive, quando relacionadas a elas, trata-se do tipo de neoplasia mais comum.
Como citamos em um dos conteúdos da campanha Fevereiro Laranja, mês de conscientização sobre a doença, as leucemias podem ser agudas ou crônicas. No caso da leucemia infantil, cerca de 97% dos casos são das formas agudas, sendo o tipo mais comum a linfoide aguda.
Para esclarecer sobre sintomas, diagnóstico e outros aspectos deste tipo de câncer, conversamos com a oncologista pediátrica, Dra. Alejandra Adriana Cardoso de Castro. Acompanhe o conteúdo e fique por dentro!
Principais sinais e sintomas de leucemia infantil
Diversos sintomas da leucemia infantil podem ser confundidos com outras doenças. Por este motivo, é fundamental que pais e responsáveis estejam atentos caso ocorram em conjunto ou de forma frequente. São eles:
– Dor nas pernas e nas articulações sem trauma anterior;
– Cansaço extremo sem motivo aparente;
– Febre persistente sem quadro infeccioso diagnosticado;
– Palidez e anemia;
– Manchas roxas e/ou pintinhas vermelhas (petéquias) na pele;
– Hemorragias;
– Aumento dos gânglios linfáticos (ínguas);
– Dor e aumento de volume abdominal, que pode ser causada por aumento do fígado ou do baço;
– Falta de apetite contínua;
– Perda de peso sem motivo.
Caso a criança apresente estes sinais e sintomas, juntos ou isolados, é importante marcar uma consulta com um pediatra o mais rápido possível. Por mais que, na maioria dos casos, eles indiquem condições benignas, quando se trata do câncer, o diagnóstico precoce gera menos fragilidade, fazendo com que a criança tolere melhor o tratamento.
Como é feito o diagnóstico da leucemia infantil
O diagnóstico da leucemia em crianças inicia na consulta médica, com análise da história clínica e de exame físico, o qual visa avaliar o estado geral de saúde do paciente e a presença de sintomas.
O próximo passo é a solicitação de exames. O primeiro deles é o hemograma, que mostra se existem alterações sugestivas, como plaquetas baixas, anemia, aumento ou redução de glóbulos brancos e presença de blastos (células características da doença). Caso haja alterações, são pedidos exames confirmatórios e classificatórios, geralmente coletados por aspiração de medula óssea. Entre eles estão:
– Mielograma: identifica a presença de blastos na medula óssea;
– Imunofenotipagem (por citometria de fluxo): feita com amostra de medula óssea, sangue ou outros líquidos corporais, possibilita a confirmação e classificação da leucemia;
– Cariótipo (avaliação dos cromossomos das células doentes – blastos): análise cromossômica para identificar alterações genéticas que determinam risco de recidiva da doença, alterando intensidade do tratamento;
– Biologia molecular: conjunto de exames mais sensíveis que o cariótipo, avaliam mutações genéticas que podem ocorrer nas células da doença.
Caso o resultado do mielograma não seja conclusivo ou o aspirado da medula óssea não ofereça amostra suficiente para o exame, o oncologista pediátrico pode solicitar uma biópsia, em que um fragmento ósseo é retirado com agulha própria. Nos casos em que há um grande número de glóbulos brancos doentes circulando, o exame da medula óssea pode ser substituído por coleta simples de sangue, a critério do médico.
Depois de confirmado o diagnóstico, é coletado líquido cefalorraquidiano (líquor), que circula ao redor do cérebro e da medula espinhal. O objetivo é identificar a presença de células leucêmicas no sistema nervoso central.
Além disso, podem ser solicitados exames de imagem como radiografias, ultrassonografias, tomografias e ressonâncias magnéticas para a avaliação da doença.
Tratamento
O tratamento da leucemia infantil varia conforme o tipo e classificação da doença. Ele se baseia em quimioterapia, podendo ser utilizado também imunoterapia, radioterapia e transplante de medula óssea. Sua duração também depende de cada caso.
Esperamos que este conteúdo tenha sido útil para você. É muito importante estar atento a quaisquer alterações sugestivas para que ocorra o diagnóstico precoce. Lembre-se: quanto antes o câncer for detectado, melhor.
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1 Comentário
Excelente explanação, entendível para todos que desconheciam os sintomas iniciais, e que agora, podem ficar atentos a alguns sinais aparentemente corriqueiros nas crianças.