Apesar dos esforços das entidades médicas e científicas mundiais, a incidência e mortalidade pelo melanoma continuam aumentando. Por esse motivo, foi criado o Junho Preto, mês de conscientização sobre a doença.
Apesar do câncer de pele do tipo melanoma representar apenas 3% dos casos no Brasil, ele é bastante agressivo, ou seja, tende a gerar metástases para outras partes do corpo se diagnosticado em seus estágios mais avançados. Em contrapartida, se descoberto no início, é curável na maioria dos casos.
Para falar sobre a doença, seus fatores de risco e sintomas que auxiliam na detecção precoce, conversamos com o oncologista clínico, Dr. Rafael Vanin de Moraes.
O que é o melanoma?
O melanoma é um tipo de câncer que tem origem nos melanócitos, células produtoras de melanina, o pigmento marrom que confere cor à pele e protege as camadas mais profundas de alguns efeitos nocivos do Sol.
Na maioria dos casos, os melanomas surgem em pessoas de pele clara, mas negros e seus descendentes não estão livres da doença.
Vale frisar que, além de surgir na pele, este tipo de tumor também pode aparecer, de forma mais rara, nas mucosas e olhos, os quais também possuem melanócitos.
Quais os fatores de risco para este tipo de câncer?
Alguns fatores aumentam o risco de desenvolver o melanoma, mas isso não significa que o indivíduo que possui algum ou alguns deles vai ter a doença. Além da pele clara, os principais são:
– exposição prolongada ao Sol, sem protetor solar, a qual envelhece a pele e aumenta significativamente o risco de ter um câncer de pele no futuro;
– presença de muitas pintas (nevus) no corpo, que são tumores benignos, mas alguns tipos aumentam o risco de uma pessoa desenvolver melanoma. Por isso, pessoas com muitas pintas, especialmente as grandes, devem consultar um especialista regularmente e ter cuidado redobrado quando expostas ao Sol;
– histórico familiar, já que cerca de 10% das pessoas com melanoma têm um parente próximo com a doença. Além disso, o melanoma familial, como é chamado,?pode ocorrer também por uma síndrome hereditária, principalmente quando há mais de um melanoma em um indivíduo ou em parentes de primeiro grau. Nesses casos, é indicado consultar um oncogeneticista;
– Xeroderma pigmentoso, que é uma doença genética rara, causadora de um dano no DNA, impedindo o reparo da pele atingida pelos raios do Sol e de algumas fontes de iluminação artificial (emissões de radiação ultravioleta). Os portadores podem ter vários cânceres de pele, começando já na infância.
Além disso, aqueles que já tiveram melanoma anteriormente têm maior risco de desenvolverem novamente a doença, por isso o acompanhamento médico deve ser frequente.
Quais são os sintomas deste tipo de tumor?
Normalmente, uma pinta comum é?marrom ou preta, tem coloração uniforme, é chata ou levemente elevada em relação ao restante da pele. Podem estar na pele já no nascimento ou aparecer depois, mas são estáveis, com mesmo tamanho, forma e cor por muitos anos, embora possam clarear nas pessoas idosas. Já aquelas que merecem atenção seguem uma regra denominada ABCDE:
– Assimétricas: quando a metade da pinta não é exatamente simétrica à outra metade;
– Bordas irregulares: se elas são dentadas, chanfradas ou possuem sulcos;
– Cor: quando a pinta possui diferentes tons de marrom e preto e, às vezes, de vermelho, azul ou branco;
– Diâmetro de mais de 0,5 cm: apesar disso, não é incomum diagnosticar melanomas bem menores com um aparelho chamado dermatoscópio;
– Evolução: mudanças observadas nas características das pintas ao longo do tempo, seja em relação ao tamanho, forma ou cor.
É possível prevenir o câncer de pele do tipo melanoma?
A melhor forma de prevenção ao câncer de pele do tipo melanoma é se proteger do Sol. É indicado usar filtro solar com fator de proteção de no mínimo 50, chapéu e óculos escuros, os quais protegem a área delicada em torno dos olhos.
Este cuidado deve ser redobrado com as crianças, já que a exposição exagerada aos raios solares nos primeiros 20 anos de vida é decisiva para o aparecimento de câncer de pele na fase adulta.
Pessoas de alto risco, com pele e olhos claros, precisam usar filtro solar no dia a dia também, principalmente no rosto e nos braços, em passeios, caminhadas e exercícios ao ar livre. É importante ressaltar que esta recomendação vale também para os dias de mormaço ou nublados.
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