Assim como está ocorrendo com outros tipos de câncer,o diagnóstico e tratamento do câncer de próstata vem obtendo ganhos significativos nos últimos anos. Esse tipo de tumor é o segundo que mais acomete os homens no Brasil. Quando diagnosticado em fase inicial, as chances de cura chegam a 90%. Nesse cenário, métodos inovadores estão surgindo para guiar os médicos com mais assertividade na condução dos tratamentos, assim como novos medicamentos já foram testados e aprovados para os casos de doença metastática e resistente à castração.
“Exames de alta sensibilidade estão sendo implementados para a descoberta da doença em estágio inicial ou, ainda, para o controle após o tratamento, como é o caso da ressonância magnética. Se até então esse não se tratava de um exame de eleição para esses casos, hoje a ressonância vem sendo utilizada para diagnosticar precocemente os tumores, guiar com mais exatidão as biópsias daqueles que são suspeitos e fazer o controle de pacientes após o tratamento”, comenta o oncologista clínico do Centro de Oncologia do Paraná, Dr. Manuel Caitano Maia, que também é pesquisador com foco em tumores geniturinários, incluindo próstata, rim, bexiga e testículo, com destaque nos cenários nacional e internacional.
Outro avanço em relação ao diagnóstico do câncer de próstata é o exame PET PSMA (do inglês antígeno de membrana específico da próstata) que, assim como o PET scan (tomografia por emissão de pósitrons voltada para detecção precoce e acompanhamento de pacientes já tratados de outros tipos de tumores), tem proporcionado mudanças radicais em relação à avaliação do câncer de próstata.
“O PET PSMA vem sendo cada vez mais utilizado, principalmente no cenário da recidiva bioquímica (quando, após o tratamento de cirurgia ou radioterapia, o PSA começa a subir), quando é preciso determinar se a recidiva da doença é local (ou seja, somente na próstata) ou à distância (com metástases para outros órgãos). Essa informação nos direciona ao melhor tratamento, já que uma vez que o câncer de próstata tenha se espalhado pelo organismo, podemos evitar o uso de radioterapia e cirurgia na próstata, priorizando outros tratamentos como bloqueio hormonal e/ou quimioterapia”, explica o oncologista.
Novos medicamentos para o tratamento do câncer de próstata
O Dr. Manuel Caitano Maia esteve no ASCO 2019, em Chicago (EUA), considerado o maior congresso de oncologia do mundo. Lá pôde acompanhar diversas inovações no tratamento do câncer de próstata. “Dentre as novidades, vimos que algumas drogas já disponíveis para tratamento de câncer de próstata em linhas mais avançadas vêm sendo testadas em cenários mais precoces, como é o caso da enzalutamida e da apalutamida. No congresso deste ano, vimos que essas drogas melhoram a sobrevida e o tempo de controle da doença quando utilizadas na doença metastática sensível à castração”, afirma.
Para o futuro, o médico e pesquisador comenta que as perspectivas são sobre o surgimento de métodos cada vez mais modernos e sensíveis para a detecção do câncer de próstata em estágio inicial. Ou seja, um aprimoramento cada vez maior nos métodos de diagnóstico.
“Dentro desse contexto temos, por exemplo, a biopsia líquida que, por meio da análise do exame de sangue do paciente, busca células tumorais ou DNA circulante na corrente sanguínea. Isso pode indicar tanto a presença da doença quanto as chances de o paciente apresentar recidivas no futuro. Tudo isso de uma forma simples e não-invasiva, nos auxiliando no diagnóstico e na condução de um tratamento do câncer de próstata cada vez mais personalizado. O método, no entanto, ainda é objetivo de estudos científicos em andamento”, ressalta.
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