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Imunoterapia e terapia-alvo: saiba mais sobre as últimas inovações do tratamento do câncer de próstata

01/06/2023

Centro de Oncologia do Paraná

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que um a cada seis homens terá câncer de próstata ao longo da vida. Entretanto, apesar desse dado alarmante, as taxas de cura para os tumores prostáticos chegam a 90% quando diagnosticados nas fases iniciais. Um dos motivos para a boa notícia é o avanço das pesquisas, as quais vêm trazendo tratamentos inovadores e bastante promissores, como é o caso da imunoterapia e da terapia-alvo.

Enquanto a imunoterapia utiliza o próprio sistema imunológico do paciente para atacar as células cancerígenas, a terapia-alvo age bloqueando precisamente vias essenciais à multiplicação incessante e desordenada das células do câncer.

Para explicar como estas terapias funcionam, conversamos com o oncologista clínico do Centro de Oncologia do Paraná, Dr. Rafael Vanin de Moraes. Confira e saiba mais sobre esse importante assunto!

O que é a imunoterapia e como ela atua nos tumores prostáticos?

A imunoterapia é um tratamento que visa utilizar o próprio sistema de defesa do paciente para combater o câncer. Esse conceito não é novo, desde os anos 70 já se estudava alguma forma de utilizar o sistema imunológico do paciente como terapia contra o câncer, um exemplo disso é a BCG intravesical para câncer de bexiga. Depois vieram outras terapias como Interleucina-2 e o Interferon que promoviam um maior recrutamento das células de defesa para combater o tumor.

Descobrimos recentemente, cerca de 10 anos atrás, que as células de defesa possuem correceptores (Checkpoints) que funcionam como interruptores da resposta imunológica, ativando ou desligando essas células. Isso é extremamente importante para que haja um equilíbrio da resposta imunológica. No entanto, alguns tumores também expressam esses correceptores nas suas membranas celulares ou no microambiente tumoral e se utilizam desse mecanismo para escapar do ataque das células de defesa.

A imunoterapia, a qual se fala muito hoje em dia, funciona por meio de anticorpos que se ligam a esses correceptores nas células tumorais ou no linfócito T ativado (célula de defesa), tirando a invisilidade que o tumor teria em relação ao sistema imunológico, propiciando um ataque mais pronunciado e duradouro das nossas células de defesa contra o tumor.

No caso específico do câncer de próstata, podemos citar, por exemplo, a Sipuleucel-T, uma terapia celular com resultados razoáveis para pacientes com câncer de próstata avançado, não disponível no Brasil, e os Inibidores de Correceptores Imunológicos, no caso o anti-PD-1, que tem como mecanismo de ação ligar-se ao PD-1, presente no linfócito T ativado, garantindo a manutenção da resposta imunológica contra o câncer. Essa última já está disponível no Brasil para uso em alguns tipos de câncer, porém ainda precisa ser validado para o tratamento do câncer de próstata.

Como funciona a terapia-alvo?

A terapia-alvo se refere aos medicamentos que agem em proteínas e mutações específicas presentes nos tumores. Ela já é utilizada em alguns tipos de tumores, como por exemplo, o de pulmão, melanoma, mama e ovário. Entretanto, descobriu-se que em uma pequena parcela dos tumores prostáticos também apresentam essas falhas no DNA, sobretudo as mutações do BRCA 2 e BRAC 1.

No último congresso europeu de oncologia clínica, o ESMO 2020, foi apresentado um estudo, ainda não publicado, mostrando que se utilizando os inibidores de PARP (medicação já aprovada para uso em câncer de mama, ovário) em pacientes com câncer de próstata resistentes à supressão androgênica com alterações genéticas como as citadas, os mesmos poderiam atingir ainda mais as células do câncer de próstata, levando-as à morte sintética e aumentando o controle da doença.

Diferente da quimioterapia, a qual trata os diversos tipos de câncer com medicamentos agindo sobre as células malignas e provocando sua destruição ou parando sua multiplicação, a imunoterapia e a terapia-alvo agem de forma personalizada, ou seja, em pontos específicos relacionados ao próprio sistema imunológico do paciente, bem como em alterações genéticas específicas do tumor.

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