De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a hepatite é uma doença que, anualmente, causa mais de 1 milhão de mortes em todo o mundo. Entre as suas consequências estão o aumento do risco para o câncer de fígado.
Essa é justamente uma dúvida comum nos consultórios médicos, já que se trata de uma doença que afeta um grande número de pessoas.
Para esclarecer melhor esta relação, principalmente porque é possível prevenir a ocorrência de alguns tipos de hepatite, é que desenvolvemos este conteúdo, que contou com a participação do cirurgião oncológico com foco no tratamento de tumores digestivos, Dr. Eurico Cleto Ribeiro de Campos. Confira e fique por dentro.
O que são hepatites?
Chamamos de hepatite a inflamação do fígado, órgão do sistema digestivo. Na maioria dos casos, a doença é causada por uma infecção viral. Porém, também pode ser uma resposta do corpo ao abuso de bebida alcoólica ou excesso de consumo de certos tipos de remédios.
Qual a relação entre as hepatites e o câncer de fígado?
Se não tratados, alguns tipos de hepatites podem ser importantes fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de fígado.
Esse é o caso das hepatites dos tipos B, C e D, que podem provocar infecções crônicas nos hepatócitos (células do fígado), facilitando a formação de tumores malignos. Além disso, as hepatites também podem evoluir para cirrose, o que também aumenta a chance de desenvolver o câncer hepático.
Como se contraem as hepatites B e C?
Entre os tipos mais frequentes de hepatites, estão as infecções causadas pelos vírus B e C, que possuem em comum, além da forma de transmissão, um agravante. Elas costumam ser silenciosas e o paciente acaba descobrindo a inflamação em sua fase mais avançada. Saiba como se contraem as hepatites do tipo B e C:
Hepatite B
- relações sexuais sem proteção;
- compartilhamento de objetos com sangue infectado, como alicates, lâminas, seringas, e outros materiais não esterilizados;
- durante a gestação (da mãe infectada para o filho).
Hepatite C
- principal meio de transmissão é pelo sangue contaminado, como nos casos da hepatite B;
- infecção sexual, de forma menos frequente.
As hepatites causam sintomas?
A resposta é, sem sempre. Como citado, em muitos casos, a evolução das hepatites é assintomática. Mas, quando causam sintomas, os principais são:
- icterícia (pele e olhos amarelados);
- dor abdominal;
- febre;
- náusea e vômitos;
- cansaço;
- tontura.
Como geralmente os sinais aparecem na fase mais avançada da doença, é importante que, ao percebê-los, se busque um médico. O diagnóstico das hepatites B e C é feito por meio de teste laboratorial. Se acusar positivo, a confirmação se dará com o auxílio de exames complementares.
Como prevenir a hepatite?
A hepatite B pode ser prevenida com a vacinação, uma medida eficaz e segura. Já a hepatite C não tem vacina.
Tanto para os vírus do tipo B ou C, outras medidas preventivas importantes são o uso de preservativo durante o ato sexual e não compartilhar ou esterilizar objetos que possam se contaminar por meio do sangue, como alicates e lâminas.
Exames de rotinas também são importantes para o diagnóstico precoce da hepatite, de modo com que a doença não evolua para outras condições clínicas, como a infecção crônica ou o câncer hepático.
Quem já teve hepatite, precisa de acompanhamento médico especial em relação à detecção precoce do câncer de fígado?
Mesmo que o paciente com hepatite prévia tenha se curado, é importante saber que ainda pode apresentar alguma lesão no fígado. Por isso, é importante que seja monitorado por meio de acompanhamento médico periódico. O objetivo é prevenir futuras complicações, como cirrose ou câncer de fígado.
Também é necessário que mantenha alguns cuidados com sua saúde, em especial com o fígado. Isso inclui não ingerir bebidas alcoólicas e ter uma dieta o mais natural possível, evitando alimentos muito gordurosos, por exemplo.
Como você viu, hepatites não tratadas ou monitoradas podem evoluir para casos graves, como o câncer de fígado. Portanto, fique atento, realizando check-ups médicos de rotina, prevenindo-se com as condutas citadas e procurando um médico no caso de sintomas.
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