NOSSO BLOG

Diverticulite pode se tornar câncer?

Diverticulite pode se tornar câncer?
03/05/2025

Centro de Oncologia do Paraná

Uma dúvida recorrente de quem recebe o diagnóstico de diverticulite é se a doença pode se transformar em câncer. A diverticulite ocorre quando os divertículos estão inflamados ou infectados. Encontrados mais comumente no intestino grosso, os divertículos são pequenas saliências (bolsas) gastrointestinais que retêm as fezes.

A presença de divertículos no corpo é bastante comum, podendo surgir em jovens, mas é a partir dos 60 anos que se tem a maior incidência, principalmente os do intestino grosso. Quando inflamados, podem causar a diverticulite, que não se transforma em tumor, ou seja, não tem relação direta com o desenvolvimento de uma neoplasia colorretal. Alguns dos sintomas apresentados nas duas doenças podem até ser parecidos, como sangramento e dor. “No caso da diverticulite, há a presença de uma dor forte no hemiabdome inferior esquerdo que pode ser associada com distensão abdominal ”, alerta Dr. Henrique Wiederker, cirurgião gastrointestinal do COP – Centro de Oncologia do Paraná.

A diverticulite é uma afecção relacionada à patologia benigna, abordada muitas vezes em caráter de urgência, ou seja, os pacientes chegam ao médico com um quadro de diverticulite complicada e são operados. Há também a possibilidade de um paciente chegar com um espessamento parietal colônico que pode simular um câncer.

O que causa a diverticulite?

Uma das causas da diverticulite está associada a uma dieta alimentar pobre em fibras e com alto consumo de carboidratos. Porém, obesidade, falta de exercícios físicos, pouca hidratação, fumo e uso constante de alguns medicamentos como anti-inflamatórios são fatores que também podem contribuir para a causa da doença. Divertículos inflamados e obstruídos podem ocasionar o que se costuma chamar de empedramento das fezes, por isso recomenda-se fazer uma alimentação saudável, rica em fibras, pois quanto menos fibra comemos, maior será a pressão exercida no cólon. “Essa pressão deforma o intestino e o deixa duro, e assim vai se desenvolvendo a diverticulose (presença de divertículos no intestino grosso). Por isso é tão importante prestar atenção ao que se come”, ressalta o cirurgião gastrointestinal do COP.

Dois fatores concorrem para uma dieta equilibrada: a diminuição do consumo de carnes vermelhas, principalmente as processadas e ultraprocessadas, como embutidos, por exemplo, e o acréscimo de fibras, que podem ser encontradas em grãos, frutas, legumes e verduras. Alimentos que contêm fibras ajudam a formar o bolo fecal, somados a uma boa hidratação, em média dois litros de água por dia, evitam o intestino preso. Outra recomendação é investir em exercícios físicos. A regra é 30 minutos por dia ou 150 minutos semanais.

Inchaço na barriga? Ligue o sinal de alerta

Em geral, o indivíduo tende a permanecer sem sintomas durante a vida toda. Mas se apresentar um quadro com cólicas abdominais, gases, inchaço na barriga ou prisão de ventre, é hora de procurar um médico para o correto diagnóstico. Se esse quadro se agravar, pode acontecer o que se chama de diverticulite aguda, com dor e febre baixa, diarreia ou constipação e falta de apetite. Nesse caso, é recomendado o tratamento clínico com antibióticos ou cirúrgico, de acordo com a condição apresentada, com drenagem de abscesso e/ou retirada do intestino doente.

Exames modernos são capazes de identificar a diverticulite, seu grau e como tratá-la. Entre eles estão a ultrassonografia de abdome e a tomografia computadorizada. Além desses, podem ser solicitados também exames de sangue (hemograma completo) e de urina, além de colonoscopia para avaliar a mucosa de todo intestino grosso.

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *