O câncer de pele, ainda bastante subestimado pela população, acometeu pelo menos 205 mil brasileiros entre 2016 e 2021. Esses são dados de um levantamento da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), que também apontou a morte de 32 mil pessoas pela doença no mesmo período. Informações como essa mostram a importância do Dezembro Laranja, mês de conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico precoce da neoplasia.
Para falar sobre como é feita a detecção destes tumores e os tipos de tratamento, conversamos com a dermatologista, Dra. Ana Carolina Peters Nogueira. Acompanhe o post e saiba mais sobre o assunto!
Como é realizado o diagnóstico do câncer de pele?
A suspeita normalmente começa com a avaliação clínica realizada pelo médico, que observará nódulos, placas eritematosas, aparentes pintas, manchas, úlceras e verrugas.
Nesse contexto, também entra o papel do paciente, que pode fazer o autoexame da pele e utilizar da Regra ABCDE. A sigla refere à Assimetria irregular, Bordas mal definidas ou delimitadas, Cor variada (como vermelho acastanhado, preto e azul), Diâmetro maior que 6mm e Evolução, ou seja, crescimento.
Caso as lesões possam indicar um câncer de pele, o exame recomendado para a confirmação é a biópsia, a qual pode ser realizada por diferentes técnicas, conforme a extensão e a localização da lesão. Elas são divididas por incisional, que remove apenas uma parte da lesão, e excisional, com a retirada completa da mesma. Em todos os casos, o procedimento é realizado com anestésico local, de modo a evitar que o paciente sinta dor.
Vale frisar que, caso se trate de um melanoma, tipo mais agressivo do câncer de pele, podem ser solicitados alguns exames adicionais da amostra. Além disso, os médicos pedem que o paciente faça exames de estadiamento para verificar a extensão da doença. Entre eles estão ultrassom, radiografia de tórax, tomografia computadorizada, ressonância magnética e PET-CT. Todos estes resultados ajudam os especialistas na indicação do protocolo de tratamento mais adequado.
Quais os tipos de tratamentos para o câncer de pele?
Os tratamentos empregados dependem do resultado da biópsia, que apontará se é um câncer de pele melanoma ou não melanoma. Veja as principais condutas para cada caso:
– Tipo não melanoma: a indicação padrão para este tipo de câncer é a cirurgia, tanto para o subtipo carcinoma basocelular (CBC), quanto do espinocelular (CEC). Uma das técnicas que podem ser realizadas é a Cirurgia Micrográfica de Mohs, mais refinada, precisa e efetiva, no sentido de ter mais controle das margens do tumor ressecado, possibilitando mais chances de cura e menores cicatrizes. Em alguns casos, também pode ser indicados medicamentos tópicos e criocirurgia, bem como protocolos combinados com radioterapia, quimioterapia e imunoterapia.
– Tipo melanoma: conforme o estágio da doença, possibilidade de cura, idade, estado geral do paciente, entre outros fatores, as opções de tratamento para o melanoma podem envolver cirurgia, imunoterapia, terapia-alvo, quimioterapia e radioterapia. Na maior parte dos casos, mais de um ou uma combinação entre eles são indicados.
Lembrando que, quanto antes o diagnóstico do câncer de pele acontecer, menos agressivos são os tratamentos e maiores são as taxas de cura.
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