Em 5 de maio é comemorado o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos. A criação dessa data tem como objetivo alertar a população quanto aos riscos que a automedicação pode causar à saúde bem como reforçar sobre a importância de se utilizar os medicamentos de forma correta, conforme orientação de um profissional capacitado, bem como o descarte adequado de embalagens.
Pesquisa recente do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ) apontou que, no Brasil, 86% dos entrevistados admitiram tomar medicamentos sem orientação de um prescritor. Esse hábito preocupante, que afeta, segundo a pesquisa, principalmente mulheres, pessoas economicamente ativas e com maior nível de instrução, pode acarretar sérias consequências para a saúde.
O estudo destacou também que a automedicação é mais comum em casos de dor de cabeça, gripes, resfriados, febre e dores musculares. Além disso, muitos brasileiros recorrem a essa prática para problemas como ansiedade, insônia, estresse e perda de peso.
O Conselho Federal de Farmácia faz um alerta e explica que a automedicação pode mascarar doenças graves e retardar o tratamento adequado, o que pode levar a complicações ainda maiores. É crucial conscientizar a população sobre os riscos associados à automedicação e promover a busca por orientação profissional em questões de saúde.
“A automedicação pode mascarar sintomas e dificultar o diagnóstico de uma doença mais grave, além disso, pode causar efeitos colaterais, intoxicação e até alterar o efeito de outro medicamento, o que chamamos de interação medicamentosa. O ideal é sempre procurar um farmacêutico para as devidas orientações, pois ele é o profissional especialista do medicamento“, destaca Raphaélla Lyanne de Oliveira, Responsável Técnica da Farmácia do COP – Centro de Oncologia do Paraná.
Uso racional de medicamentos
O uso racional de medicamentos foi definido em 1985 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e preconiza o entendimento de que há uso racional de medicamentos quando os pacientes recebem medicamentos para suas condições clínicas em doses adequadas às suas necessidades individuais, por um período adequado e ao menor custo para si e para a comunidade.
Ainda de acordo com a OMS, estima que mais de 50% de todos os medicamentos são prescritos, dispensados ou vendidos de forma inadequada, sendo que metade de todos os pacientes não os utiliza de forma correta. O uso irracional ou inadequado de medicamentos tornou-se um problema mundial de saúde. Atualmente, estima-se que os eventos adversos relacionados a esses medicamentos esteja na faixa dos 42 bilhões de dólares todos os anos.
Descarte correto
Após serem abertos ou preparados, os medicamentos têm sua validade diminuída, sendo importante o fechamento adequado das embalagens após o uso. “É preciso também ter cuidado com o armazenamento, ou seja, guardar em local apropriado de acordo com a indicação estabelecida na embalagem. Vale também destacar que é aconselhável não fazer o reaproveitamento de embalagens, como vidros e frascos, por exemplo. E nunca descartar no vaso sanitário”, observa a farmacêutica Raphaélla Lyanne de Oliveira.
O Ministério da Saúde recomenda que as pessoas separem os medicamentos que não estão mais em uso e os entreguem às farmácias para que sejam realizados o descarte e a destinação correta. Por isso, fique atento e descarte corretamente medicamentos vencidos, danificados, em desuso ou o excedente não utilizado durante o tratamento.
