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Dezembro Laranja: conheça os tipos de câncer pele, fatores de risco e quando começar a prevenção

01/06/2023

Centro de Oncologia do Paraná

As estações primavera e verão são um convite para a exposição ao Sol em praias, piscinas e passeios ao ar livre. Por esse motivo, dezembro foi o mês escolhido pela Sociedade Brasileira de Dermatologia para conscientizar a população sobre a prevenção do câncer de pele e a importância do diagnóstico precoce. O Dezembro Laranja busca chamar a atenção para este que é o tipo de tumor maligno mais prevalente no Brasil, o qual, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), afeta cerca de 165 mil brasileiros a cada ano.

Para esclarecer sobre os tipos de câncer de pele existentes, fatores de risco e prevenção da doença, de forma a participarmos ativamente desse movimento em prol da saúde da pele, conversamos com a dermatologista do Centro de Oncologia do Paraná, Dra. Ana Peters Nogueira.

Confira o artigo para saber mais sobre esse tipo de tumor, o qual deve ser prevenido em todas as idades!

Tipos de câncer de pele

O câncer de pele pode ser dividido em melanoma e não melanoma. O mais comum é o não melanoma, que compreende basicamente o carcinoma basocelular (CBC) e o carcinoma espinocelular (CEC). Dentre esses, o mais comum é o CBC, seguido do CEC e então do melanoma, o mais raro, porém o mais agressivo.

A diferenciação entre esses tumores depende da origem da célula que está na epiderme, vindo de um queratinócito quando ele é um câncer de pele não-melanoma e de um melanócito (célula que produz melanina, que dá a cor da pele) quando é um melanoma.

Como a doença pode se apresentar

A forma mais comum de apresentação do câncer de pele é uma lesão que não cicatriza por mais de um mês em área fotoexposta continuamente ou por meio de uma lesão nova sobre uma área de cicatriz de queimadura ou irradiada previamente. Além disso, também surgir de pintas que o indivíduo possui há anos.

Para ficar mais claro, lesão pode ser uma ferida que:

  • não cicatriza;
  • sangra fácil;
  • tem formato de pápula ou nódulo (relatados como “bolinhas”) que persistem ou mudam de cor, tamanho ou forma.

Importância do diagnóstico precoce

Quando o câncer de pele é diagnosticado em estágio inicial, a possibilidade de cura ultrapassa os 90%. Porém, se isso ocorre tardiamente, ou o tumor é recidivado, localmente destrutivo e até irressecável (ou seja, que não pode ser removido cirurgicamente), pode causar metástase.

O que mais tem potencial para metástases, tanto para os linfonodos, quanto para órgãos e para a própria pele, é o melanoma. Por sua vez, o que tem menos possibilidade se disseminar para outros órgãos é o CBC. Porém, este tumor pode causar grandes distribuições no local onde ele existe, causando grande incômodo. Já o CEC tem uma chance um pouco maior que o CBC de causar metástases, mas na maioria das vezes fica apenas na pele.

Fatores de risco para o câncer de pele

Pacientes com história familiar de câncer de pele têm tendência um pouco maior de desenvolver a doença do que a população sem esse histórico.

Algumas características herdadas também são fatores de risco, como por exemplo, pele clara, cabelo e olhos claros ou até doenças genéticas, como por exemplo, o xeroderma pigmentoso.

Porém, a maior parte do risco para o câncer de pele vem do ambiente e do estilo de vida, tais como:

  • a exposição crônica ao Sol é o principal fator de risco;
  • exposição à radiação ionizante;
  • exposição a químicos como arsênico, hidrocarbonetos, nitrosaminas, agentes alquilantes;
  • tabagismo;
  • vírus HPV;
  • queimadura;
  • inflamação crônica na pele;
  • áreas de trauma.

Quanto ao melanoma, a maior parte dos casos vem do chamado “melanoma de novo”, ou seja, melanoma sobre uma pele que era normal antes sem um nevo (ou pinta) prévia. Além disso, a maioria não vem de componente familiar.

Como proceder quando há histórico de melanomas na família

Apesar da maioria dos casos de câncer de pele surgir de outros fatores que não o genético, pode-se investigar se há componente familiar nas seguintes situações:

  • presença de dois ou mais melanomas na família em parentes de primeiro ou segundo graus;
  • dois ou mais casos de melanoma no mesmo indivíduo (melanoma múltiplo primário);
  • presença de um ou mais casos de melanoma associado a um ou mais casos de câncer de pâncreas na família, seja em parentes de primeiro ou segundo grau na mesma ramificação.

O membro da família que pode realizar o teste genético é o que já teve diagnóstico de câncer, preferencialmente o mais jovem, ou aquele com história pessoal e familiar mais forte.

Para avaliação especializada, deve-se procurar um geneticista. Pacientes com alguma alteração genética com risco maior para melanoma ou outros cânceres, como pâncreas e mesotelioma, devem receber acompanhamento multiprofissional.

Como prevenir o câncer de pele

A prevenção do câncer de pele deve iniciar na infância por meio de proteção à radiação ultravioleta. Com esse objetivo são indicados o uso do filtro solar e acessórios como chapéu, boné e camisetas.

Outras dicas são procurar lugares à sombra e evitar exposição solar das 10h às 15h, bem como a exposição prolongada ao Sol. Vale frisar que, em regiões onde o Sol incide mais “a pino”, como por exemplo, no Nordeste ou nos Estados onde há horário de verão, o horário de não exposição devee ser ampliado. Além disso, é importante ressaltar que deve se passar filtro solar em dias nublados também.

Quanto a vitamina D, a qual depende do Sol para sua síntese, não há necessidade de exposição solar intencional diária para repô-la. A exposição da face e mãos de modo não intencional por 10 minutos ao dia é o suficiente para a necessidade diária do organismo.

Como a maioria das pessoas não reaplica o filtro solar durante o dia, a necessidade de vitamina D diária geralmente é suprida. Todavia, a avaliação quanto à essa vitamina deve ser individualizada e em consulta médica.

Para quem pensa que somente os raios solares em excesso são prejudicias à pele, lembramos que o bronzeamento artificial é proibido e eleva o risco de turmores. Nenhum bronzeado pelo Sol ou por radiação ultravioleta é saudável.

Lembre-se, é imprescindível se proteger e ajudar e educar as crianças e adolescentes, para que o filtro sola faça parte de suas vidas. Faça também o autoexame da pele rotineiramente e ajude outras pessoas a fazê-lo. Procure o médico imediatamente se encontrar uma lesão suspeita. Um dermatologista pode ajudar.

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