Quando se fala em cirurgia robótica, alguns acreditam se tratar de um recurso do futuro. Entretanto, essa é uma realidade que já vem ocorrendo há alguns anos. Estima-se que, entre 2008 e 2018, foram feitas no Brasil mais de 17 mil cirurgias com o auxílio de robôs. Outro dado interessante é que, nos últimos cinco anos, houve um crescimento de 500% no número de procedimentos. Nesse contexto, o tratamento do câncer de próstata e outros tipos de tumores vem sendo amplamente beneficiado.
A cirurgia robótica é utilizada para atender pacientes que precisam passar por procedimentos mais delicados, pois ela une a alta precisão dos recursos tecnológicos à experiência dos cirurgiões oncológicos, na busca por um desfecho clínico positivo e com o mínimo de intervenção.
Conversamos com o urologista do Centro de Oncologia do Paraná, Dr. Antônio Brunetto Neto, que esclareceu o conceito e como a robótica vem revolucionando a urologia. Confira o post e saiba mais sobre o assunto!
O que é a cirurgia robótica?
O termo cirurgia robótica é muitas vezes interpretado de forma equivocada. Por mais que os robôs auxiliem na realização dos procedimentos, é o cirurgião que, sentado em um console, realiza os movimentos que serão transmitidos à plataforma robótica. Ou seja, os instrumentos são aliados dos especialistas no processo, não seus substitutos. O que ocorre é que se movimentam como a mão humana, porém com maior precisão e amplitude.
Outro benefício trazido pelo uso de robôs é a visão do cirurgião, a qual se torna muito mais ampliada e projetada em 3D, facilitando a definição e identificação das estruturas. Além disso, os procedimentos são feitos através de pequenos orifícios na pele, tornando o processo minimamente invasivo. Isso reduz as chances de intercorrências e de dores pós-operatórias, ao mesmo tempo em que acelera a recuperação do paciente.
A cirurgia robótica pode ser realizada em todo o trato urinário de homens e mulheres, tanto relacionada a doenças malignas quanto malignas.
Quais são os procedimentos que podem ser realizados no caso das doenças masculinas?
Os procedimentos urológicos foram revolucionados com a cirurgia robótica. Entre os motivos estão a alta vascularização do trato urinário, o que exige grande habilidade para o controle de eventuais sangramentos, bem como a possibilidade de reconstrução do trato urinário, quando a bexiga precisa ser reconectada à próstata.
Entre as cirurgias realizadas com o auxílio de robôs estão:
- prostatectomia radical para o câncer de próstata;
- nefrectomia parcial ou total para tumores ou cistos renais;
- pieloplastia, que consiste na reconstrução da pelve renal;
- prostatectomia transvesical para hiperplasia prostática;
- reimplante ureteral;
- cistectomia para câncer de bexiga.
Quais as contribuições da cirurgia robótica para o câncer de próstata especificamente?
Há diversas contribuições da robótica para o tratamento do câncer de próstata, o qual, se descoberto em estágios iniciais, tem mais de 90% de taxas de cura. Quando realizadas por cirurgiões experientes, a cirurgias oferecem alto nível de segurança, incisões menores, menor sangramento, redução no uso de medicações analgésicas, mínima chance de complicações e retorno precoce às atividades cotidianas.
A visão em alta definição 3D oferece dados muitos mais precisos para os especialistas, identificando características dos tecidos e órgãos durante o procedimento. Como os instrumentos são altamente flexíveis, há delicadeza e precisão extremas. Uma das principais vantagens está na possibilidade de preservação das funções urinária e erétil, garantindo ao paciente a manutenção da sua qualidade de vida.
Toda essa evolução certamente deve ser comemorada. Com o desenvolvimento da medicina e da tecnologia, aliadas ao conhecimento e técnica dos médicos, o tratamento do câncer de próstata e outros tipos de tumores está se tornando cada vez menos invasivo e mais eficiente.
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