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Câncer, obesidade e a dieta mediterrânea

Câncer, obesidade e a dieta mediterrânea
26/07/2024

Centro de Oncologia do Paraná

Dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica indicam que a obesidade ocupa a segunda posição entre os maiores fatores de risco para o desenvolvimento do câncer, atrás apenas do tabagismo. Segundo a entidade, o excesso de peso gera uma inflamação crônica no organismo, que desregula os hormônios e facilita a proliferação celular, aumentando os riscos do surgimento de células cancerígenas.

“É uma informação consolidada, e bastante divulgada pelo Instituto Nacional de Câncer – o INCA, que pessoas obesas possuem maiores chances de desenvolver alguns tipos de câncer. Já existem mais de 22 tipos associados à obesidade e ao sobrepeso, como o câncer de esôfago, mama, estômago, pâncreas, intestino, fígado, ovários, entre outros”, destaca Camila Rosário, nutricionista clínica do COP – Centro de Oncologia do Paraná.

A Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso) divulgou recentemente um dado que traz muita preocupação. Segundo a entidade, 19,8% da população brasileira está obesa, enquanto 55,4% se enquadra no sobrepeso. “Para os pacientes que já possuem diagnóstico oncológico, esses fatores também podem apresentar efeitos negativos durante o curso do tratamento”, destaca a nutricionista. Caso a pessoa esteja obesa ou com sobrepeso, é importante que procure ajuda médica e nutricional a fim de obter as orientações de reeducação alimentar, da prática de exercícios físicos e outros tratamentos necessários para combater a obesidade.

Alimentação balanceada e a dieta mediterrânea

A alimentação balanceada tem papel importante na redução do risco de desenvolvimento do câncer. Para tanto, é preciso incluir alguns itens (além da prática diária de atividades físicas) na sua alimentação e que podem fazer a diferença. O padrão alimentar mediterrâneo mostra um impacto positivo – e validado cientificamente – tanto no processo de emagrecimento como em qualidade de vida e longevidade.

Coma frutas e vegetais!

Consuma no mínimo 5 porções ao dia. Elas são as principais fontes de vitaminas e minerais, essenciais para o funcionamento adequado do nosso corpo. Além disso, são ricas em fitoquímicos que agem positivamente em diversas esferas da nossa saúde. Auxiliam também no bom funcionamento do intestino por serem fonte de fibras.

Gorduras de boa qualidade são bem-vindas!

Gorduras monoinsaturadas e poli-insaturadas trazem diversos benefícios para a saúde. As principais fontes encontradas no cotidiano são as castanhas, azeite de oliva, linhaça, abacate e peixes gordurosos (como a sardinha e o atum).

Prefira as proteínas magras

Opções como aves, peixes e frutos do mar em geral são preferíveis nas principais refeições, assim como os ovos. Escolha os modos de preparo mais saudáveis, como assados, grelhados ou cozidos. Atenção para as carnes vermelhas: em grande quantidade podem aumentar o risco de aparecimento de alguns tipos de câncer. A recomendação de consumo seguro é de até 500 g por semana, além disso, opte por cortes mais magros.

Quando os laticínios não são inimigos?

Se você não apresenta alergia ou sensibilidade aos laticínios, não tem indicação de excluir de sua alimentação. O consumo de quantidades moderadas ao dia e com baixo teor de gordura é benéfico para quem não possui restrições.

Arroz com feijão: a rotina dos brasileiros

Você sabia que arroz e feijão se completam nutricionalmente? Juntos eles fornecem a combinação de todos os aminoácidos essenciais, ou seja, aminoácidos que não produzimos e precisamos ingerir via dieta para obtê-los. Os cereais e leguminosas são fontes de energia para o nosso corpo, além de vitaminas do complexo B e minerais. As leguminosas também são ótimas fontes de proteína vegetal e de fibras. 

Capriche na sua hidratação!

Água é vital e alicerce para a saúde do corpo humano, por isso também se encontra como a base da dieta mediterrânea. De modo geral, é recomendado o consumo mínimo de 2 litros de água ao dia, porém essa recomendação pode mudar de acordo com as características individuais de cada pessoa.

Evite os embutidos, industrializados e açúcares

Produtos industrializados, doces e embutidos (presunto, mortadela, peito de peru, salsicha, entre outros) atrapalham tanto a saúde como o processo de emagrecimento, por motivos que vão além das calorias. Eles favorecem o aparecimento de doenças crônicas não transmissíveis (incluindo o câncer), causam alterações metabólicas, afetam percepções de fome e saciedade e impactam na nossa relação com a comida como um todo.

Seja ativo(a)!

A dieta mediterrânea vem permeada pela atividade física e a diretriz americana  recomenda de 150 a 300 minutos por semana de atividade física moderada ou de 75 a 150 minutos por semana de exercícios aeróbicos de intensidade vigorosa. A atividade física estimula o sistema imunológico e, além de melhorar o condicionamento cardiovascular, ajuda a reduzir o surgimento de comorbidades associadas. Por isso, mexa-se!

Um estilo de vida

A dieta mediterrânea agrega todo um estilo de vida, que promove saúde física, mental e emocional. Junto a uma alimentação saudável, valoriza exercícios regulares, atividade física diária, descanso de qualidade e aspectos socioculturais como convivência, reuniões com entes queridos e suas conexões durante as refeições.

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