Estimativas recentes mostram que o câncer de testículo atingirá um em cada 250 homens ao longo da vida. Esse tipo de tumor é relativamente raro, com maior incidência durante a idade reprodutiva, entre 15 e 50 anos. Em algumas situações, a doença pode ser confundida com causas benignas, como por exemplo as orquiepididimites, que são inflamações nos testículos e nos epidídimos (canais que coletam e carregam o esperma).
Esse tipo de câncer pode atingir todos os homens, mas os grupos de maior risco para a doença são aqueles com histórico familiar e que tiveram ou têm criptorquidia (a não descida de um ou dos dois testículos para a bolsa escrotal). Apesar de ser assintomático em parte dos pacientes, o câncer de testículo pode se apresentar como um nódulo duro e indolor notado incidentalmente pelo próprio paciente ou sua parceira.
“Uma dor em peso ou incômodo pode ocorrer em cerca de 30 a 40% deles, geralmente em andar inferior do abdome ou bolsa escrotal, mas é incomum a manifestação na forma de dor aguda intensa, ocorrendo em apenas em 10% dos casos. Em cerca de 5% dos casos, manifestações relacionadas ao aumento da produção hormonal podem ocorrer, como ginecomastia, por exemplo. Em 10% dos pacientes, os sintomas como dor e aumento abdominal, dor lombar, perda de peso e inapetência podem ser decorrentes de metástases”, afirma o pesquisador e oncologista clínico do Centro de Oncologia do Paraná, Dr. Manuel Caitano Maia.
Diagnóstico do câncer de testículo
O diagnóstico do câncer de testículo se faz pela combinação de avaliação médica, ultrassonografia da bolsa escrotal e dosagem de marcadores tumorais no sangue. É importante frisar que o autoexame é um hábito importante que pode ajudar na detecção precoce da doença.
“Por mais que esse tipo de tumor tenha um comportamento agressivo, com alto índice de duplicação de células tumorais, se detectado no início tem alto índice de cura, já que grande parte é descoberta na sua forma localizada (no testículo). Nesses casos localizados, o tratamento inicial é sempre cirúrgico. Mesmo nos casos mais avançados, como na presença de metástases, as chances de cura ainda são altas, pois costuma responder bem aos quimioterápicos”, comenta o oncologista.
Nos casos em que o nódulo é pequeno e os marcadores tumorais estejam dentro da normalidade, pode-se prosseguir direto para cirurgia de retirada do testículo (que deve ser sempre via inguinal). Geralmente, esses tumores não são biopsiados antes da cirurgia, pois a violação do sacro escrotal pode provocar a disseminação indesejada da doença. Geralmente, a retirada de um dos testículos não compromete a fertilidade, mas cabe ressaltar que alguns pacientes podem já ter problemas hormonais (hipogonadismo) e produção de esperma ineficiente antes mesmo da cirurgia. Por isso, todo paciente com câncer de testículo deve ser considerado para preservação de esperma, principalmente se houver programação de quimioterapia. Depois da cirurgia, alguns casos podem precisar de tratamentos complementares com quimioterapia ou radioterapia.
Lembre-se, ao sinal de qualquer um desses sintomas, procure o seu médico de confiança. Para agendar com um de nossos especialistas, acesse o site www.centrodeoncologia.com ou ligue para (41) 3083-0899.