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Câncer de pulmão: inovações no diagnóstico e tratamento

01/06/2023

Centro de Oncologia do Paraná

O Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima que, a cada ano do triênio 2020-2022, mais de 30 mil casos de câncer de pulmão serão detectados. Aliadas ao diagnóstico precoce, o que é fundamental para se elevar as chances de cura, estão as inovações da ciência e da medicina, as quais permitem um tratamento cada vez mais eficaz e personalizado.

O oncologista clínico, Dr. Bruno Batista, que acompanha pacientes com esse e outros tipos de tumores no Centro de Oncologia do Paraná, concedeu entrevista para o blog. Confira a seguir!

1. O que mudou no tratamento do câncer de pulmão de uns anos para cá?

A principal alteração no tratamento do câncer de pulmão foi a introdução de novos alvos de terapia. Entre eles estão mutações genéticas específicas, como a denominada EGRF e ALK, para as quais vêm sendo utilizados medicamentos capazes de inibi-las e, consequentemente, combater o câncer. Além dessa alteração nos genes, nos últimos três anos tivemos uma evolução muito grande em outros alvos, como RET, MET, BRAF e HER2.

Outra novidade importante a frisar é a imunoterapia, que se utiliza do próprio sistema imunológico do paciente para lutar contra o câncer. A grande vantagem, nesse caso, é a redução ou mesmo a eliminação da necessidade de se fazer quimioterapia.

2. Quais as principais inovações relacionadas ao diagnóstico?

O uso de tomografia computadorizada com baixa dose de radiação é cada vez mais comum para o rastreio do câncer de pulmão. Hoje, para aqueles pacientes que fumam há mais de 30 anos, indicamos a realização desse exame, assim como se indica a mamografia para o diagnóstico precoce do câncer de mama, por exemplo.

Outros exames que têm nos ajudado a diagnosticar a doença e sua extensão são o PET-SCAN, o qual consegue visualizar metástases no corpo todo, e o ultrassom endoscópico endobrônquico. Esse último permite visualizar muitos bem os linfonodos próximo aos brônquios e auxilia também em biópsias de pulmão.

3. Em relação ao tratamento, quais são as novidades?

No congresso da ASCO desse ano, que ocorreu de forma online em função da pandemia de Covid-19, as principais inovações no tratamento do câncer de pulmão citadas foram os medicamentos para mutações que ainda não tinham drogas alvo, como a RET e a MET. Apesar das drogas ainda não estarem disponíveis para uso em pacientes, já se encontram em estudos clínicos e devem chegar ao mercado dentro de aproximadamente cinco anos.

Não podemos deixar de citar a imunoterapia como uma importante arma tanto em relação à minimização dos efeitos colaterais dos tratamentos, como a quimioterapia, quanto à resposta dos pacientes. Nesse caso, aqueles que respondem bem ao tratamento, podem ficar anos com câncer controlado e viverem com qualidade.

Hoje em dia, afirmamos que cada paciente tem um câncer diferente. A partir dos testes genéticos e inibição de mutações com medicamentos específicos, o tratamento se torna individualizado e muito mais preciso, a chamada medicina de precisão, capaz de entregar a cada um dos pacientes o que eles precisam para um melhor tratamento e prognóstico.

Nosso conteúdo foi interessante para você? Tem alguma dúvida ou precisa de mais informações sobre o câncer de pulmão? Então comente aqui para que possamos te auxiliar!

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