Dependendo da sua faixa etária, provavelmente você lembra que há alguns anos não se falava tanto sobre a necessidade de se proteger do Sol para evitar o câncer de pele, bem como a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença. No entanto, diversos fatores fizeram com que o assunto viesse à tona, levando um maior número de pacientes a buscarem os consultórios de dermatologia.
De acordo com o dermatologista do Centro de Oncologia do Paraná, Dr. Geann Wellington de Bortoli, entre os pontos que levaram ao um aumento da conscientização estão as campanhas de prevenção e orientação realizadas pela Sociedade Brasileira de Dermatologia há mais de 20 anos, antes mesmo da criação do Dezembro Laranja, além do maior acesso aos médicos por planos de saúde e o aumento da informação divulgada.
Isso envolve diretamente os canais de comunicação e a tecnologia que, juntos, ajudam a promover educação e auxiliam no diagnóstico precoce, o qual por sua vez contribui com melhores prognósticos. Um exemplo é o aplicativo Skin Vision, criado para auxiliar os usuários a identificarem pintas e manchas suspeitas por meio de fotos e algoritmos, advertindo também sobre a importância da prevenção.
Para alertar pessoas de todas as idades a respeito do câncer de pele, o Dr. Geann fez um apanhado geral sobre a doença, o qual compartilhamos com vocês. Acompanhe!
Quais os principais fatores de risco para os tumores de pele?
Um fator de risco é algo que aumenta as chances de um indivíduo contrair determinada doença. No caso do câncer de pele, esses fatores são divididos entre os que podem ser controlados, mais especificamente a exposição ao Sol e às radiações UVA e UVB, e os não controláveis, denominados genéticos-sociais. Desses, podemos citar:
– pessoas de pele mais clara, a qual avermelha facilmente com o Sol, que tenham os fototipos denominados 1, 2 ou 3;
– trabalhadores que atuam ao ar livre, como por exemplo, carteiros, coletores, garis e agricultores;
– faixa etária acima de 40 anos;
– localidades específicas, como o Estado de Santa Catarina e a Austrália, os quais estão entre os locais com mais casos de câncer de pele no mundo;
– histórico familiar em casos do câncer de pele melanoma.
É importante frisar que, apesar do câncer de pele ser mais comum a partir dos 40 anos, a doença pode surgir em pacientes mais jovens, seja por terem algum tipo de predisposição ou por estarem muitos expostos ao Sol desde crianças. Portanto, ao detectar qualquer alteração na pele, é fundamental procurar um dermatologista.
Quais os tipos de câncer de pele?
O câncer de pele é dividido em dois tipos, sendo melanoma ou não melanoma. O câncer de pele melanoma se origina nos melanócitos (células produtoras de melanina, que determina a cor da pele) e pode surgir em qualquer região do corpo, seja na pele ou mucosa, tendo formato de manchas, pintas ou sinais. Apesar do câncer de pele ser o tipo de tumor maligno mais comum no Brasil, o tipo melanoma é responsável por apenas 3% dos casos, sendo o mais grave graças à agressividade e possibilidade de gerar metástases. Entretanto, se detectado no início, tem um excelente prognóstico, com taxas de cura que chegam a 90%.
Enquanto os tumores do tipo de melanoma se apresentam na forma de pintas, o não-melanoma tem características parecidas com outras doenças benignas de pele, como alergias e psoríase, já que pode surgir como manchas na pele que coçam, ardem, descamam ou sangram, além de feridas que não cicatrizem com o passar do tempo. Normalmente, esse tipo de câncer de pele costuma aparecer em regiões expostas ao Sol, como rosto, pescoço, colo e orelhas. O mesmo é dividido em:
– carcinoma basocelular ou de células basais, responsável por aproximadamente 75% dos casos, mais comum em pessoas de meia-idade e idosos, desenvolvendo-se lentamente e com pouca capacidade de gerar metástases;
– carcinoma espinocelular ou de células escamosas, o qual tem origem na epiderme, camada mais externa da pele, com maior capacidade de invadir o tecido gorduroso e atingir outros órgãos.
Como se prevenir do câncer de pele?
Apesar de não ser possível evitar todos os tipos de câncer de pele, a melhor conduta a se tomar é a fotoproteção não somente à exposição direta ao Sol, mas à radiação ultravioleta (UV).
A base para a proteção da pele é o filtro solar de forma contínua e rotineira, aumentando a frequência no verão. É indicado aplicar várias vezes ao dia, principalmente em dias mais quentes, na praia ou piscina.
Para quem tem pele clara e sensível, o fator de proteção indicado é a partir de 30, enquanto para pessoas de pele mais escura, é possível utilizar fatores mais baixos, como o 15 e o 20. Há, ainda, os filtros conhecidos como minerais, que formam uma película na epiderme.
Outras ações importantes são:
– usar filtro solar à noite se precisar ficar exposto a lâmpadas fluorescentes;
– evitar o bronzeamento artificial, já que a radiação emitida pelos equipamentos é danosa à pele;
– usar roupas mais claras no verão, além de acessórios como óculos de sol, chapéu com aba, roupas com proteção UV (principalmente em crianças), evitar exposição aos raios solares entre às 10h e às 16h, bem como a permanência por muitas horas no Sol.
Entretanto, apesar de se muito se falar sobre os melhores horários para estar ao Sol, o especialista frisa que a radiação mais danosa, a UVA, capaz de alterar a genética da pele e gerar tumores, incide o dia todo, por isso a prevenção é necessária continuamente.
Outra forma de se prevenir é por meio de consultas anuais ao dermatologista, sendo com maior ou menor frequência em casos específicos.
Esperamos que tenha gostado do nosso conteúdo sobre o câncer de pele. Agora que você já sabe mais sobre o assunto, compartilhe em suas redes sociais para conscientizar também seus amigos e familiares!