O câncer de pâncreas é um dos tipos mais temidos, devido à sua agressividade e letalidade. Conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil, ele equivale a 2% de todos os diagnósticos de neoplasias, além de ser responsável por 4% do total de mortes causadas pela doença.
Isso porque, em muitos casos, por não apresentar sintomas específicos, os tumores pancreáticos são diagnosticados em estágios avançados, fazendo com que o tratamento acabe se tornando mais invasivo e com taxas de cura reduzidas.
Pensando em esclarecer diferentes aspectos sobre a doença, para que mais pessoas estejam atentas a ela, conversamos com o cirurgião oncológico com foco no tratamento de tumores digestivos, Dr. Marciano Anghinoni. Acompanhe o conteúdo e saiba mais.
O que é o câncer de pâncreas
Localizado na parte superior do abdômen (atrás do estômago), o pâncreas é uma glândula que tem a função de produzir insulina e enzimas digestivas, desempenhando papel importante no sistema endócrino e na digestão dos alimentos.
O câncer de pâncreas ocorre quando há crescimento desordenado e acelerado das células pancreáticas, sendo mais comum em pessoas a partir de 60 anos de idade.
Tipos da doença
O câncer de pâncreas ocorre na porção exócrina (que auxilia no processo de digestão dos alimentos) do órgão. O tipo mais prevalente é o adenocarcinoma ductal, que se origina no tecido glandular e é o mais agressivo. Ou seja, tem capacidade de se disseminar rapidamente. Ele corresponde a 90% dos diagnósticos e atinge, principalmente, a cabeça do pâncreas, localizada do lado direito do abdômen.
Apesar de o adenocarcinoma geralmente ter origem nos ductos pancreáticos, pode surgir também nas células que produzem as enzimas pancreáticas, chamados carcinomas de células acinares. Os tipos mais raros de neoplasias exócrinas incluem:
– carcinomas adenoescamosos;
– carcinomas de células escamosas;
– carcinomas de células em anel de sinete;
– carcinoma indiferenciado de células gigantes;
– carcinomas indiferenciados.
Além desses, existem outros tumores pancreáticos, bem mais raros, chamados tumores neuroendócrinos.
Fatores de risco para o câncer de pâncreas
Os principais fatores de risco para o câncer de pâncreas são:
– tabagismo;
– obesidade;
– diabetes;
– inflamação crônica do pâncreas;
– consumo excessivo de bebida alcóolica;
– histórico familiar;
– síndromes genéticas.
Apesar destes fatores elevarem as chances para a doença, todos estão sujeitos a terem tumores no órgão, por isso é fundamental estar atento.
Sintomas mais comuns
Normalmente o câncer de pâncreas é uma doença silenciosa, apresentando sintomas apenas em sua fase avançada. Porém, é preciso ter atenção aos seguintes sinais:
– icterícia (pele amarelada);
– dor abdominal ou nas costas;
– perda de peso sem causa aparente;
– falta de apetite;
– náusea;
– vômito;
– diarreia;
– fraqueza;
– urina escura;
– fezes de cor mais clara.
Apesar de, na maioria dos casos, estes sintomas indicarem patologias benignas, é sempre importante procurar um médico caso sejam frequentes.
Como são feitos o diagnóstico e tratamento
Para ter melhores resultados com o tratamento do câncer de pâncreas, é de suma importância o diagnóstico precoce, que ocorre, geralmente, quando o paciente percebe e dá atenção a sintomas como os citados.
Com a suspeita da doença, é realizada a investigação clínica, por meio de exames laboratoriais e de imagem, como tomografia computadorizada, ultrassonografia ou ressonância magnética.
Já o tratamento depende de diversos fatores, como o tamanho do tumor, o estado geral de saúde do paciente, idade e o estadiamento da doença, ou seja, se está localizada ou já se disseminou para outros órgãos.
Os protocolos de tratamento incluem cirurgia, radioterapia e quimioterapia, em conjunto ou isoladas conforme o caso.
O câncer de pâncreas é uma doença de tratamento complexo e, muitas vezes, os sintomas são inespecíficos, além de dificilmente diagnosticado em estágio inicial. Por isso, ao notar quaisquer sinais, é importante procurar um médico. Além disso, check-ups de rotina são um importante recursos para a detecção precoce.
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