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Câncer de mama: evolução das cirurgias promove redução de sequelas, aumento da autoestima e melhor qualidade de vida às pacientes

01/06/2023

Centro de Oncologia do Paraná

Até alguns anos atrás, as cirurgias para tratamento do câncer de mama eram muito agressivas e mutiladoras, o que costumava deixar marcas físicas e psicológicas nas pacientes. Além das cicatrizes e baixa autoestima trazida pela falta das mamas, as mulheres ainda tinham dificuldades de movimentar os braços ou inchaços nos mesmos, o que afetava significativamente a qualidade de vida.

Entretanto, com o passar do tempo, houve uma importante evolução do diagnóstico precoce e da quimioterapia, bem como das técnicas cirúrgicas para o tratamento, a reconstrução da mama operada e a simetrização da outra mama. Além disso, a associação de técnicas de cirurgia plástica para o tratamento de tumores mamários fez surgir uma nova realidade, denominada oncoplástica.

Em linhas gerais, o objetivo, nesse caso, é promover a eficácia no tratamento, ao mesmo tempo em que se minimiza a sensação de mutilação nas pacientes e os problemas físicos, já que hoje uma das premissas dos especialistas é preservar as mamas ao máximo.

Para esclarecermos esse importante assunto, trouxemos informações fornecidas pela mastologista do Centro de Oncologia do Paraná, Dra. Ana Carolina Marcondes Machado. Confira!

1. Quais os principais tipos de cirurgias de reconstrução mamária?

Atualmente, temos as cirurgias onde não é necessária a retirada de toda a mama, que chamamos de quadrantectomia ou ressecção segmentar. Nessas, são utilizadas técnicas de cirurgia plástica com remodelamento mamário, com o próprio tecido da mama, e pode ser realizada a simetrização da mama oposta no mesmo momento.

A técnica escolhida depende muito do tamanho do tumor, localização e volume da mama da paciente. Quando há necessidade da retirada completa da mama, a reconstrução poderá ser feita com próteses de silicone ou próteses expansoras ou, em situações especiais, com retirada de músculo e pele de outro local do corpo, como costas ou abdômen, o que chamamos retalho músculo-cutâneo. O objetivo é dar cobertura e reconstruir o local da retirada da mama.

2. A reconstrução imediata após mastectomia é uma realidade de qual porcentagem média de pacientes hoje? Qual a importância dessa evolução para autoestima e qualidade de vida da mulher?

A reconstrução mamária imediata ajuda muito para a recuperação psicológica, para a manutenção da autoestima da mulher e sua qualidade de vida, até mesmo porque ajuda a prevenir diferenças de volume entre as mamas, o que poderia levar a problemas inclusive ortopédicos e de postura. Infelizmente, no Brasil temos realidades muito diferentes entre rede privada e SUS. Dados de uma pesquisa da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), por exemplo, mostram que apenas 53% das pacientes que passaram pela mastectomia na rede pública tiveram a reconstrução imediata.

3. Como é definido se a paciente passará pela quadrantectomia ou mastectomia total? Essa decisão influencia no aumento das chances de recidiva caso a mulher passe por uma cirurgia mais conservadora ou não?

O tipo de cirurgia é definido sobretudo conforme a relação de volume tumoral versus volume da mama. Também são levados em consideração a idade, o desejo da paciente e comorbidades como diabetes ou tabagismo.

Hoje já sabemos que a realização de uma cirurgia mais radical não é garantia de um tratamento melhor. Ou seja, já temos evidências científicas suficientes de que a cirurgia conservadora associada à radioterapia trata exatamente igual à mastectomia, porém, com muito menos sequelas.

4. O que a oncoplástica está trazendo de novo e quais rumos deve tomar pelos próximos anos?

A oncoplástica ajuda muito na qualidade de vida das pacientes, diminuindo sequelas decorrentes do tratamento cirúrgico e possibilitando cirurgias conservadoras com margens amplas.

Além disso, tem sido realizada pelo mastologista na maioria das vezes, o que possibilita mais mulheres terem acesso a essas técnicas. As próteses e técnicas de colocação das mesmas também vêm acompanhando essa evolução, sempre pensando em menos mutilação com a mesma eficácia.

Depois de ler o nosso artigo sobre a evolução das cirurgias para o câncer de mama, o assunto ficou mais claro para você? Que tal informar as suas conhecidas? Compartilhe em suas redes sociais!

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