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Apoio é uma peça essencial para quem luta contra o câncer de mama

Outubro Rosa
02/10/2023

Centro de Oncologia do Paraná

Conheça a história de Sandra, que a dia acrescenta um novo capítulo

Uma em cada oito mulheres terá câncer de mama ao longo de sua vida. O dado, divulgado pela Sociedade Brasileira de Mastologia – SBM, é alarmante e campanhas, como a do Outubro Rosa, que teve seu início na década de 90 nos Estados Unidos, foram desenvolvidas para informar a população sobre a prevenção e a importância do diagnóstico precoce. Estatísticas do Instituto Nacional de Câncer – INCA, mostram que são esperados mais de 66 mil novos casos de câncer de mama anualmente no Brasil. Em 2020, esse tipo de doença ficou em primeiro lugar como o câncer mais comum no mundo.

Se descoberto em fases iniciais, as chances de cura são altas, chegando a mais de 90%. Estudos científicos mostram também a importância de se realizar a mamografia periodicamente, com uma redução da mortalidade de 30% no grupo de mulheres que realizam o exame de imagem. A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda iniciar a mamografia a partir dos 40 anos, anualmente. Mulheres com casos de câncer de mama e/ou ovário na família – mãe, irmã ou filha – deverão fazer a mamografia mais cedo, conforme a orientação do mastologista.

O câncer de mama não tem uma causa única, sendo vários os fatores de risco, os chamados evitáveis, como obesidade, sedentarismo, consumo excessivo de álcool, ter o primeiro filho após os trinta anos ou não ter filhos. E ainda há fatores não se consegue controlar, como a primeira menstruação antes dos 12 anos, menopausa tardia, após os 55 anos de idade, e ter casos de câncer de mama na família.

Uma história, muitos apoios

Sandra do Rocio Guimarães Rech é moradora de um dos locais mais encantadores do estado, Antonina, no litoral paranaense. Em 2010, recebeu o diagnóstico de câncer de mama triplo negativo. Para ela, que não conhecia nada sobre a doença, o impacto foi muito grande. Iniciava-se ali, naquele momento, a luta contra o câncer.

A mastologista Keila Ribeiro Rodrigues, do COP – Centro de Oncologia do Paraná, conta que Sandra sempre fez seus exames regularmente, por isso o diagnóstico foi precoce. “Quanto mais precoce for o diagnóstico, menos agressivo é o tratamento, a qualidade de vida é melhor e o sucesso tende a ser maior.”

A médica também ressalta que boa relação médico-paciente é indispensável, pois é importante esclarecer as dúvidas e escutar as angústias.

Sandra, em foto para uma exposição realizada pelo Instituto Peito Aberto (09/2022)

“Foram anos lutando contra essa doença terrível. Deus tem me dado vitória após vitória e colocado anjos em minha vida para me cuidarem e me apoiarem”, destaca Sandra, agora com 57 anos. Ela encontrou no COP o acolhimento e apoio que precisava – da equipe médica, enfermagem, recepção, de muitos e de todos. “Meu tumor estava no início, então, as chances de cura eram maiores. Recebi a explicação de como seria o meu tratamento e tudo o que estava por vir”, conta Sandra.

A médica oncologista clínica Emanuella Benevides Poyer, do COP, com quem Sandra faz o acompanhamento, conta que o câncer de mama triplo negativo corresponde a cerca 15% de todos os casos. A incidência costuma ser maior em mulheres jovens (com menos de 40 anos). Também é mais frequente em mulheres que possuem mutação nos genes BRCA1 e/ou BRCA2. “Esses genes são hereditários e atuam reparando erros que acontecem no DNA das células, porém, quando sofrem mutação, essa função diminui e as chances de desenvolvimento do câncer aumentam. Por isso, quando uma pessoa da família tem essa mutação, é aconselhado realizar o teste genético em familiares de primeiro grau, por que há a possibilidade da mutação em 50% dos casos de se passar de gerações em gerações. Vale destacar que da totalidade dos casos de câncer de mama hereditários, somente cerca de 5 a 7% são referentes às mutações genéticas e entre eles está o gene BRAC1 e BRAC2.

Cirurgia conservadora de Quadrantectomia + Linfonodo sentinela (pesquisa do linfonodo/gânglio axilar), sessões de quimioterapia e de radioterapia. Sandra só não precisou fazer tratamento hormonal, pois seu tumor é triplo negativo. Alguns anos depois, foi necessário reiniciar o tratamento com quimioterapia e esvaziamento axilar. São anos de idas e vindas para fazer tratamento, mas ela não perde sua melhor característica: a vontade de realizar seus planos, que são muitos.

“Vou vivendo um dia de cada vez. O câncer me ensinou e me ensina a cada dia. E foi por causa dele que conheci pessoas maravilhosas e incríveis, muitas já partiram, mas deixaram o seu legado. E assim vou escrevendo minha história.”

Em 2017, Sandra conheceu o Instituto Peito Aberto, de Paranaguá, que tem como objetivo dar apoio às mulheres e suas famílias e mostrar a experiência de outras tantas mulheres que compartilham de vivências iguais as delas. “Realizam vários projetos e há profissionais voluntários que ajudam, nos acolhem e nos fazem sorrir”, diz a mulher guerreira.

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