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Anticorpo biespecífico Epcoritamabe é usado para tratamento de subtipo de linfoma não Hodgkin

Anticorpo biespecífico Epcoritamabe é usado para tratamento de subtipo de linfoma não Hodgkin
15/03/2024

Centro de Oncologia do Paraná

Terapia inovadora pode em muitos casos melhorar as taxas de resposta, prolongar a sobrevida e reduzir os efeitos colaterais

Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam que 10.180 novos casos de linfomas não Hodgkin devem ser diagnosticados no país neste ano, sendo 5.370 em homens e 4.810 em mulheres. O subtipo mais comum de linfoma não Hodgkin é o linfoma difuso de grandes células B (LDGCB), representando cerca de 30% a 40% de todos os casos de linfoma não Hodgkin. Esse é um tipo agressivo de linfoma que pode ocorrer em qualquer idade, com a incidência aumentando com a idade. A detecção e o tratamento precoces são fundamentais para maiores taxas de cura e um melhor prognóstico. As taxas de cura no linfoma difuso de grandes células B (LDGCB) variam de acordo com vários fatores, incluindo o estágio da doença, características individuais do paciente e resposta ao tratamento. “Essas taxas têm apresentado melhora com os avanços nos tratamentos e podem variar de 60% a 70%”, aproximadamente, aponta a onco-hematologista Caroline C. Bernardi, do COP – Centro de Oncologia do Paraná.

Apesar dessas taxas de cura, cerca de 10% a 20% dos pacientes podem não responder ao tratamento inicial, sendo considerados refratários, e aproximadamente 30-40% podem apresentar recidiva da doença. Nesse cenário de doença recidiva e refratária, a introdução de novas drogas é fundamental, oferecendo esperança e oportunidades adicionais de tratamento. Essas terapias inovadoras, como terapias direcionadas e imunoterapia, visam alvos específicos no câncer e podem melhorar as taxas de resposta, prolongar a sobrevida e reduzir os efeitos colaterais. Uma dessas novas terapias foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) em dezembro de 2023, o Epcoritamabe (Epkinly, AbbVie/Genmab).

Essa medicação, de acordo com a onco-hematologista, é o primeiro anticorpo biespecífico subcutâneo para o tratamento do DLBCL aprovado no Brasil. O Epcoritamabe é um anticorpo biespecífico IgG1 criado a partir da tecnologia DuoBody de propriedade da Genmab. Essa tecnologia foi desenhada para atuar diretamente nas células T, de forma seletiva para gerar uma resposta imunológica nas células-alvo (CD20). O CD20 é expresso nas células B e é um alvo clinicamente validado para uso em várias malignidades, incluindo linfoma difuso de grandes células B, linfoma folicular, linfoma de célula manto e leucemia linfocítica crônica. O tratamento com Epicoritamabe foi criado por engenharia genética e atua em dois alvos importantes: combate as células cancerígenas diretamente e, ao mesmo tempo, ativa as células T do sistema imunológico, que também passam a combater as células tumorais.

Dra. Caroline C. Bernardi destaca que o Epcoritamabe estimula o sistema imune a destruir a célula tumoral. A aprovação é para pacientes adultos com DLBCL recidivado/refratário, após duas ou mais linhas de terapia sistêmica. A aprovação da ANVISA foi baseada nos resultados do estudo multicêntrico EPCORE TM NHL de fase 1b/2 GCT3013-01 que avaliou a eficácia e segurança de Epcoritamabe em pacientes adultos com DLBCL recidivado/refratário. O estudo demonstrou que o tratamento subcutâneo de Epcoritamabe resultou em uma taxa geral de resposta de 62% e uma taxa de resposta completa de 40%.

“Este avanço medicamentoso marca um momento crucial na trajetória dos pacientes com Linfoma Difuso de Grandes Células B em recaída ou refratários. Anteriormente, esses pacientes enfrentavam diversas necessidades não supridas, especialmente durante a terceira linha de tratamento, representando uma etapa desafiadora em seu percurso terapêutico”, comenta a onco-hematologista Caroline C. Bernardi.

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