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Alerta para diagnósticos tardios de câncer em crianças e adolescentes durante a pandemia de COVID-19

01/06/2023

Centro de Oncologia do Paraná

O mês de setembro ganha uma cor para lembrar o câncer infanto-juvenil. O dourado traz o brilho da alegria dos pequenos que, por vezes, infelizmente, se ofusca pela doença mais temida por todos, o câncer. As chances de cura são altas. Cerca de 80% se recuperam completamente, mas esse número pode ser afetado neste ano, uma vez que, diante da pandemia, os pais têm deixado para depois a rotina clínica dos filhos. Cerca de 300 mil casos de câncer são registrados anualmente em crianças e adolescentes de até 19 anos em todo o mundo. No Brasil, com mais de 12 mil casos ao ano, o câncer é a primeira causa de morte por doenças entre eles.

Importância do diagnóstico precoce do câncer infanto-juvenil

“O diagnóstico precoce é de suma importância para alcançar a cura. No cenário atual de pandemia da COVID-19 que estamos vivenciando, devido ao medo de se contagiar, a população tem procurado assistência médica mais tardiamente, retardando o diagnóstico e o início do tratamento, o que prejudica o prognóstico”, alerta a oncopediatra do Centro de Oncologia do Paraná, Dra. Edna Kakitani Carbone.

Frente a esse cenário, o Setembro Dourado ganha ainda mais destaque. Os pais e cuidadores devem estar atentos e não negligenciar ao perceber sinais e sintomas sugestivos do câncer infanto-juvenil. Sobre isso, a especialista dá algumas orientações:

  • verificar, na hora do banho, se há a presença de caroços endurecidos no pescoço, axilas ou virilhas de crescimento rápido e sem dor;
  • observar a presença de manchas roxas ou pintinhas avermelhadas pelo corpo sem traumatismos;
  • ficar alerta a sintomas como dores persistentes, dor de cabeça associada a vômitos e alterações visuais, perda de peso, febre sem causa aparente, palidez, barriga inchada e brilho branco nas pupilas dos olhos em fotografias com flash.

Esses são os principais sinais de diferentes tipos de câncer, que podem ser listados de acordo com a taxa de maior incidência:

  • Leucemia aguda (câncer do sangue): 33%.
  • Tumores de sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal): 20%
  • Linfomas: 15%

Menos comuns, o tumor de Wilms (rins), os tumores ósseos (osteossarcoma e Sarcoma de Ewing) e os tumores musculares (rabdomiossarcomas) também atingem crianças e adolescentes.

Como é o tratamento do câncer para crianças e adolescentes

A oncopediatra, Dra. Edna, explica que os protocolos de tratamentos em crianças são diferentes daqueles aplicados em adultos e que a taxa de cura também é bem mais otimista. “Nas leucemias agudas, o índice de cura chega a 80% somente com quimioterapia. Poucos vão necessitar de transplante de medula óssea ou imunoterapia”. Ela ainda informa que o índice de cura dos tumores sólidos também é muito bom, desde que estejam em fase inicial. “Mais uma vez a importância do diagnóstico precoce”, reforçou.

O sucesso do tratamento depende também do equilíbrio emocional da família. Segundo a médica, o otimismo, a fé e a aceitação da doença e do tratamento são de extrema importância na cura.

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