Os tumores da cabeça e do pescoço incluem uma série de neoplasias que podem acometer as estruturas desta região, como pele, mucosas, glândulas salivares, linfonodos, vasos sanguíneos, nervos, tecido muscular, tecido adiposo e tecido ósseo.
Um dado relevante é que 90% dos casos desse tipo de câncer correspondem ao carcinoma epidermóide ou também conhecido como carcinoma espinocelular. Além disso, os locais mais acometidos são os lábios e a cavidade oral, seguido pelos tumores de laringe e orofaringe.
Para falar sobre a doença, a qual em muitos casos pode ser prevenida com mudanças de hábitos, conversamos com a cirurgiã oncológica com foco em tumores de cabeça e pescoço, Dra. Debora Mattana V. Teixeira. Confira!
Fatores de risco para os tumores de cabeça e pescoço
Os principais fatores de risco associados ao câncer de cabeça e pescoço são o tabagismo, o consumo de bebidas alcoólicas e a infecção pelo papiloma vírus humano (HPV). Inclusive, a associação entre tabaco e álcool aumenta em 19 vezes o risco de desenvolver câncer nesta região. Entre outros fatores a destacar estão:
– má higiene bucal;
– refluxo gastresofágico;
– infecção pelo vírus Epstein- Barr (tumores de nasofaringe);
– exposição ao Sol sem protetor solar nos lábios;
– consumo de bebidas e comidas muito quentes, como, por exemplo, o chimarrão.
Sinais e sintomas da doença
Quando se trata do câncer de cabeça e pescoço, muitos sintomas podem ser confundidos com infecções comuns. Porém, teriam duração mais curta, o que significa que ficar atento à temporalidade dos mesmos é essencial para o diagnóstico precoce, que eleva significativamente as taxas de cura. São eles:
– lesões de pele ou mucosa que não cicatrizam, podendo ser dolorosas ou não;
– lesões avermelhadas ou esbranquiçadas na mucosa;
– presença de “nódulos” no pescoço;
– dificuldade para engolir, associado com dor ou não (odinofagia);
– dificuldade de encaixar a prótese dentária;
– dor nos dentes ou dentes que ficam moles;
– rouquidão persistente;
– perda de peso;
– mau hálito persistente.
Na presença de qualquer um destes sintomas por mais de duas semanas, está indicada uma consulta com um médico para investigação do quadro clínico. Nem sempre estas alterações indicam câncer, muitas outras doenças benignas se apresentam dessa forma. Por isso, é importante a avaliação com um profissional.
Diagnóstico
O diagnóstico de câncer de cabeça e pescoço é realizado por meio de anamnese, exame físico (rinoscopia anterior, oroscopia, nasofibrolaringoscopia e palpação do pescoço), complementado por exames de imagem (ecografias, tomografias, ressonâncias, PET-CT, por exemplo). Na grande maioria dos casos suspeitos está indicado uma biopsia para confirmação do diagnóstico e, posteriormente, definir o tratamento.
Este, por sua vez, vai depender da localização da lesão, tipo histológico, estadiamento e condições clínicas do paciente. Pode ser cirúrgico, radioterápico, quimioterápico ou uma combinação destes tratamentos.
Prevenção do câncer de cabeça e pescoço
Como citamos, uma característica importante dos tumores de cabeça e pescoço é que podem ser prevenidos a partir de algumas mudanças de comportamentos e hábitos. Veja algumas medidas a serem adotadas:
– não fumar
– fazer consumo moderado de bebidas alcoólicas;
– tomar a vacina e proteção contra a infecção pelo HPV;
– adotar uma dieta saudável, rica em frutas e verduras;
– evitar exposição excessiva ao sol e uso de protetores solares;
– consultar periodicamente o dentista, que pode detectar lesões de mucosa precoce na cavidade oral.
A prevenção é muito importante, pois pode diminuir a chance de desenvolvimento destes tipos de tumores. Já nos casos em que a doença aparece, quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores serão as chances de cura para o paciente.
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