O câncer de testículo corresponde a apenas 5% dos diagnósticos de tumores malignos do sexo masculino. Apesar de ser um número relativamente baixo, este tipo de neoplasia tem a característica de acometer em maior número os homens em idade reprodutiva, entre os 15 e 50 anos de idade.
Muitos deles, por falta de conhecimento, acabam não procurando um médico urologista na ocorrência de alterações na região, retardando o diagnóstico precoce. Além disso, o fato de ocorrer em jovens com a vida sexual ativa, aumenta a chance de o tumor ser confundido com inflamações ou doenças sexualmente transmissíveis, por exemplo.
Nesse sentido, e como se trata de um dos cânceres com maiores taxas de cura, as quais chegam a 95%, é fundamental conscientizarmos sobre o assunto. Para esclarecer os diferentes aspectos da doença, conversamos com o oncologista clínico, Dr. Carlos Stecca. Acompanhe e saiba mais!
Tipos de câncer de testículo
Há dois tipos principais de câncer de testículo:
– tumores não seminomatosos, que correspondem a 60% dos casos e surgem antes dos 30 anos de idade;
– tumores seminomatosos, os quais costumam aparecer entre os 30 e 40 anos e representam 40% dos casos;
– além disso, existem os tumores raros como linfomas, sarcomas e tumores de Sertoli e Leydig.
Fatores de risco para a doença
Além da faixa etária citada, existem outros fatores de risco para os tumores testiculares. Vale citar a criptorquidia (quando os testículos do bebê não descem para o escroto, permanecendo na região abdominal), síndromes genéticas, histórico familiar e trauma crônico na região escrotal.
Para quais sintomas é necessário estar atento
Nos estágios iniciais, o câncer de testículo não costuma apresentar sintomas, apenas sinais como mudanças no tamanho e sensibilidade aumentada. Por serem perceptíveis com apalpação, é importante que os homens realizem um autoexame da região uma vez por mês.
Caso sejam observadas anormalidades, deve-se procurar o devido acompanhamento médico. Já quando se torna sintomático, os principais sinais são:
– presença de massa ou nódulo duro, que pode ou não apresentar dor;
– inchaço, dores e aumento da sensibilidade dos testículos;
– aumento de volume ou sensibilidade nas mamas;
– dor imprecisa na parte baixa do abdômen;
– sangue na urina.
Em estágios mais avançados, esta neoplasia ainda pode apresentar sintomas como falta de ar, tosse, dor no tórax e até mesmo expectoração de sangue quando se dissemina para os pulmões. Além disso, podem surgir dores de cabeça e/ou confusão mental pela disseminação do tumor para o cérebro.
Como é feito o diagnóstico do câncer de testículo
Se por um lado o câncer de testículo é um tipo agressivo, com alto índice de duplicação das células tumorais, em contrapartida é facilmente diagnosticado e responde bem aos tratamentos quimioterápicos. O diagnóstico se faz pelo exame de ultrassonografia da bolsa escrotal e pela dosagem de marcadores tumorais no sangue.
Caso a neoplasia seja confirmada, outros exames devem ser solicitados, como a tomografia computadorizada do abdômen, de modo a fazer o estadiamento da doença e definir o melhor protocolo de tratamento.
Formas de tratamentos
O tratamento inicial é sempre cirúrgico, removendo o testículo afetado, em parte ou totalmente. Nesse caso, a função sexual ou reprodutiva do paciente não é afetada, desde que o outro testículo esteja saudável.
Posteriormente, o protocolo pode incluir radioterapia, quimioterapia ou apenas controle clínico. A complementação dependerá de investigação, que avalia a presença ou a possibilidade de metástases da doença para outros órgãos.
Como você viu, é fundamental que os homens em idade reprodutiva estejam atentos à ocorrência de sintomas, bem como façam o autoexame e consultem um urologista regularmente. Que tal conscientizar outros homens sobre o assunto? Compartilhe em suas redes sociais!