O mês de abril também é lilás para conscientizar sobre o câncer de testículo. Apesar das taxas da doença serem relativamente baixas, trata-se de um tumor que acomete homens em todas as faixas etárias, sendo mais comum em jovens com idade entre 15 e 35 anos e raro em crianças.
Para esclarecer alguns tópicos importantes sobre o assunto, conversamos com o urologista Dr. Antonio Brunetto Neto. Acompanhe e saiba mais sobre a doença.
Quais os fatores de risco para câncer de testículo?
Entre os fatores de risco, podemos citar criptorquidia (testículo retido na infância), história de tumor no testículo contra-lateral, história familiar e infertilidade.
Como diagnosticar o câncer de testículo?
O diagnóstico é realizado através do exame físico, no qual percebe-se crescimento, nódulos ou alteração de consistência do órgão. Como ferramentas auxiliares, é possível utilizar exames de sangue (marcadores tumorais), ultrassonografia e, em casos de dúvida, ressonância magnética.
Além disso, é preciso acrescentar ao diagnóstico inicial exames de estadiamento, ou seja, destinados a buscar casos em que a doença possa ter disseminado metástases para outros órgãos, como o pulmão e o cérebro.
Todo aumento no testículo significa câncer?
Nem todo aumento de volume testicular é indicativo de câncer. Outras afecções, como acúmulo de líquidos em bolsa escrotal (hidrocele), hérnias e infecções podem ser um diagnóstico diferencial. Devemos estar alertas principalmente ao crescimento testicular endurecido e indolor. Na dúvida é importante buscar atendimento especializado para descartar a hipótese de tumor.
Como tratar o câncer de testículo?
Os tumores de células germinativas correspondem a 95% dos casos, sendo que dividem-se em dois grupos: seminomatosos e não seminomatosos, cada um com suas particularidades. O tratamento é definido com base em critérios como tamanho tumoral, invasão de estruturas adjacentes, agressividade da doença e subtipo do tumor.
O tratamento inicial consiste em remover o testículo acometido, cirurgia chamada de orquiectomia radical. Em caso de testículo contra-lateral normal, esse suprirá as funções masculinas adequadamente, incluindo produção hormonal e fertilidade. Em casos de tumores de pequeno volume (até 30% do volume total do testículo), especialmente em pacientes com testículo único, é possível a remoção parcial do mesmo.
Dependendo do subtipo do tumor identificado na cirurgia e sua agressividade, caberá ao urologista, juntamente com o oncologista, determinar a complementação do tratamento na forma de quimioterapia, radioterapia ou cirurgia abdominal para remoção de possíveis massas residuais em tecido linfático (retroperitônio).
O tumor de testículo consiste em doença com potencial de cura efetivo, inclusive em pacientes com doenças avançadas e metastáticas. Quanto mais precocemente for feito o diagnóstico, menos invasivo é o tratamento e maiores são as taxas de cura.
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