Abril é Azul Claro para conscientizar sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de esôfago. Trata-se de um órgão tubular oco, com cerca de 25 cm de comprimento, que faz parte do sistema digestivo. Por meio dele, os alimentos chegam ao estômago, sendo impulsionados por movimentos involuntários que promovem o seu avanço.
Normalmente, os tumores do esôfago começam a se desenvolver no revestimento interno do órgão, sendo assintomáticos. Isso faz com que dificilmente sejam descobertos quando estão em estágios iniciais, o que acaba por ocorrer, em muitos casos, de forma acidental ou quando se apresentam sintomas.
Apesar de incomum, esse tipo de neoplasia costuma ser agressiva, requerendo atenção a sinais e condutas preventivas por parte de homens e mulheres. Para falar sobre os tipos, sintomas e diagnóstico da doença, conversamos com o oncologista clínico, Dr. Rafael Vanin de Moraes.
Acompanhe e saiba mais sobre o assunto!
Tipos de câncer de esôfago
O câncer de esôfago é dividido em dois tipos: o adenocarcinoma, o qual está mais associado à doença do refluxo e esôfago de Barrett; e o carcinoma de células escamosas, ou epidermóide, mais relacionado ao tabagismo e ao consumo de álcool.
Além disso, em aproximadamente 5% dos casos, há a ocorrência de formas mais raras de tumores do esôfago, chamadas de carcinomas de pequenas células, sarcomas, linfomas e tumores adenoide-císticos.
Um dado relevante é que o carcinoma de células escamosas é o subtipo mais comum entre os dois principais subtipos de câncer de esôfago, e mais de 90% dos casos desses tumores estão localizados no terço superior e médio do órgão. Já o adenocarcinoma, geralmente, acontece mais na porção distal do órgão.
Esse tipo de tumor está muito relacionado com os hábitos de vida. Isso significa que se adotarmos novos comportamentos, como por exemplo, praticando atividades físicas, tendo uma alimentação saudável, evitando o ganho de peso, deixando de fumar ou de consumir álcool em excesso, é possível reduzir a incidência do câncer de esôfago.
Sintomas dos tumores de esôfago
Como citamos acima, os tumores do esôfago não costumam apresentar sintomas em suas fases iniciais. Por isso, ao detectar quaisquer sintomas, é importante procurar um médico.
Mesmo que na maioria dos casos os sinais sejam relacionados a outras condições, o câncer não espera, o que torna o diagnóstico precoce fundamental. Os principais sinais de alerta são:
- indigestão e azia;
- soluços persistentes;
- dificuldade ou dor ao engolir;
- anemia;
- dor, pressão ou queimação na garganta ou no peito;
- fezes escuras;
- perda de peso e de apetite;
- vômitos;
- rouquidão;
- tosse crônica.
Vale citar que, normalmente, o principal sintoma para o câncer de esôfago é a dificuldade para engolir. Na fase inicial, isso ocorre com alimentos sólidos, passando para os pastosos e, finalmente, para os líquidos. Por esse motivo, a maioria dos pacientes emagrece e apresenta anemia e desidratação.
Diagnóstico do câncer de esôfago
Quando há suspeita de tumores neste órgão, o médico costuma solicitar um exame de endoscopia. Nesse procedimento, feito sob sedação, se introduz pela boca do paciente um tubo fino com uma câmera na ponta, o qual desce pelo esôfago.
Com o equipamento é possível examinar toda a parede do esôfago e colher pequenos fragmentos, uma biópsia, para a avaliação do tecido pelo patologista. Caso o diagnóstico de câncer seja confirmado, se iniciam outros exames de estadiamento, os quais visam verificar se a doença está localizada ou se disseminou para outros órgãos, gerando metástases.
A partir desses dados, os especialistas como oncologistas clínicos, cirurgiões oncológicos e radio-oncologistas determinam os protocolos de tratamento a serem realizados por cada paciente. Esses envolvem cirurgia, quimioterapia e radioterapia.
Como você pôde observar, o câncer de esôfago pode ser prevenido a partir de comportamentos e ações. Além de parar de fumar e reduzir ao máximo o consumo de álcool, é indicado ter uma dieta rica em frutas e vegetais e tratar doenças como refluxo e doença de Barrett, fatores de risco para a doença. Aqueles que apresentam uma ou mais dessas condições devem realizar acompanhamento médico periódico para detectar sinais precoces desses tumores.
Previna-se. Quando antes o câncer for diagnosticado, melhor é o prognóstico. Se você gostou do conteúdo, compartilhe em suas redes sociais!