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Câncer de pâncreas: o que é preciso saber sobre ele

01/06/2023

Centro de Oncologia do Paraná

O câncer de pâncreas é um dos tipos mais temidos, devido à sua agressividade e letalidade. Conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil, ele equivale a 2% de todos os diagnósticos de neoplasias, além de ser responsável por 4% do total de mortes causadas pela doença.

Isso porque, em muitos casos, por não apresentar sintomas específicos, os tumores pancreáticos são diagnosticados em estágios avançados, fazendo com que o tratamento acabe se tornando mais invasivo e com taxas de cura reduzidas.

Pensando em esclarecer diferentes aspectos sobre a doença, para que mais pessoas estejam atentas a ela, conversamos com o cirurgião oncológico com foco no tratamento de tumores digestivos, Dr. Marciano Anghinoni. Acompanhe o conteúdo e saiba mais.

O que é o câncer de pâncreas

Localizado na parte superior do abdômen (atrás do estômago), o pâncreas é uma glândula que tem a função de produzir insulina e enzimas digestivas, desempenhando papel importante no sistema endócrino e na digestão dos alimentos.

O câncer de pâncreas ocorre quando há crescimento desordenado e acelerado das células pancreáticas, sendo mais comum em pessoas a partir de 60 anos de idade.

Tipos da doença

O câncer de pâncreas ocorre na porção exócrina (que auxilia no processo de digestão dos alimentos) do órgão. O tipo mais prevalente é o adenocarcinoma ductal, que se origina no tecido glandular e é o mais agressivo. Ou seja, tem capacidade de se disseminar rapidamente. Ele corresponde a 90% dos diagnósticos e atinge, principalmente, a cabeça do pâncreas, localizada do lado direito do abdômen.

Apesar de o adenocarcinoma geralmente ter origem nos ductos pancreáticos, pode surgir também nas células que produzem as enzimas pancreáticas, chamados carcinomas de células acinares. Os tipos mais raros de neoplasias exócrinas incluem:

– carcinomas adenoescamosos;

– carcinomas de células escamosas;

– carcinomas de células em anel de sinete;

– carcinoma indiferenciado de células gigantes;

– carcinomas indiferenciados.

Além desses, existem outros tumores pancreáticos, bem mais raros, chamados tumores neuroendócrinos.

Fatores de risco para o câncer de pâncreas

Os principais fatores de risco para o câncer de pâncreas são:

– tabagismo;

– obesidade;

– diabetes;

– inflamação crônica do pâncreas;

– consumo excessivo de bebida alcóolica;

– histórico familiar;

– síndromes genéticas.

Apesar destes fatores elevarem as chances para a doença, todos estão sujeitos a terem tumores no órgão, por isso é fundamental estar atento.

Sintomas mais comuns

Normalmente o câncer de pâncreas é uma doença silenciosa, apresentando sintomas apenas em sua fase avançada. Porém, é preciso ter atenção aos seguintes sinais:

– icterícia (pele amarelada);

– dor abdominal ou nas costas;

– perda de peso sem causa aparente;

– falta de apetite;

– náusea;

– vômito;

– diarreia;

– fraqueza;

– urina escura;

– fezes de cor mais clara.

Apesar de, na maioria dos casos, estes sintomas indicarem patologias benignas, é sempre importante procurar um médico caso sejam frequentes.

Como são feitos o diagnóstico e tratamento

Para ter melhores resultados com o tratamento do câncer de pâncreas, é de suma importância o diagnóstico precoce, que ocorre, geralmente, quando o paciente percebe e dá atenção a sintomas como os citados.

Com a suspeita da doença, é realizada a investigação clínica, por meio de exames laboratoriais e de imagem, como tomografia computadorizada, ultrassonografia ou ressonância magnética.

Já o tratamento depende de diversos fatores, como o tamanho do tumor, o estado geral de saúde do paciente, idade e o estadiamento da doença, ou seja, se está localizada ou já se disseminou para outros órgãos.

Os protocolos de tratamento incluem cirurgia, radioterapia e quimioterapia, em conjunto ou isoladas conforme o caso.

O câncer de pâncreas é uma doença de tratamento complexo e, muitas vezes, os sintomas são inespecíficos, além de dificilmente diagnosticado em estágio inicial. Por isso, ao notar quaisquer sinais, é importante procurar um médico. Além disso, check-ups de rotina são um importante recursos para a detecção precoce.

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