Fevereiro Laranja alerta sobre a importância do diagnóstico precoce da leucemia, que pode aumentar significativamente as chances de tratamento e cura
A leucemia é um tipo de câncer que afeta os glóbulos brancos e a medula óssea, apresentando diversas formas, como leucemia mieloide aguda (LMA), leucemia mieloide crônica (LMC), leucemia linfocítica aguda (LLA) e leucemia linfocítica crônica (LLC). A leucemia representa cerca de 3% dos casos de câncer no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer – INCA.
Embora possa afetar qualquer idade, é mais frequente em crianças e idosos, sendo uma das principais causas de óbito entre os cânceres infantis, embora as taxas de cura sejam altas quando diagnosticadas precocemente. Ainda de acordo com o INCA, são estimados 11.540 novos casos de leucemia em 2025, sendo 6.250 em homens e 5.290 em mulheres.
A campanha Fevereiro Laranja chega justamente para alertar a população sobre a importância do diagnóstico precoce da leucemia, que pode aumentar significativamente as chances de tratamento e cura. Além disso, também busca incentivar os brasileiros a doar medula óssea, ato que pode salvar vidas e que pode ter início com a realização de um cadastro no banco de doadores do REDOME (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea).
Fique atento aos sinais de alerta e fatores de risco
O onco-hematologista Bruno Spinelli, coordenador da equipe de Hematologia do Grupo por Área Oncológica (GAO) do COP – Centro de Oncologia do Paraná, Bruno Spinelli, explica que sinais como manchas roxas pelo corpo, fraqueza extrema, perda de peso e aumento de gânglios devem servir de alerta e levar o paciente a procurar um especialista.
A maior incidência das leucemias não apresenta uma causa definida e pode acontecer de forma aleatória, mas alguns fatores de risco podem estar associados como exposição a fatores ambientais e predisposições genéticas.
Dr. Bruno Spinelli destaca síndromes genéticas, como Síndrome de Down, já que pessoas com essa condição têm maior risco de leucemias agudas, como LLA e LMA; Síndrome de Li-Fraumeni, que está associada a mutações no gene TP53; Anemia de Fanconi e outras condições hereditárias que causam instabilidade cromossômica.
Exposições ambientais também são consideradas fatores de risco, como, por exemplo, radiação ionizante e exposição a produtos químicos, como os agrotóxicos que aparecem em estudos que sugerem associação entre a exposição prolongada à essa substância e leucemia, especialmente em trabalhadores rurais.
Merecem igualmente atenção outros fatores de risco como idade e sexo. A LLA é mais comum em crianças, enquanto LMC e LLC tendem a afetar adultos mais velhos. Os homens geralmente têm risco ligeiramente maior de desenvolver leucemia.
Novas drogas proporcionam esperança para os pacientes
Medicamentos alvo associado a quimioterapia tradicional vem sendo utilizadas como base dos tratamentos e estão trazendo melhores resultados, tanto na primeira linha de tratamento como em casos refratários, medicamentos como Venetoclax que são utilizados nas Leucemias mieloide Aguda e na leucemia linfocítica crônica mudaram as perspectivas de tratamento dessas doenças.
Outro medicamento é o Asciminibe, que foi aprovado nos Estados Unidos recentemente para pacientes com LMC resistente a tratamentos anteriores. O asciminibe é um inibidor de tirosina quinase que oferece uma nova opção terapêutica para casos refratários.
“Os avanços no desenvolvimento de novas terapias têm proporcionado esperança para pacientes com leucemia, especialmente aqueles com formas resistentes ou refratárias da doença. Mas é importante frisar para a população que a detecção precoce e o acesso a tratamentos adequados continuam sendo fundamentais para melhorar os prognósticos e as taxas de sobrevivência”, ressalta o onco-hematologista Bruno Spinelli, do COP – Centro de Oncologia do Paraná.