Tumor é a quarta causa de morte por câncer entre as mulheres do Brasil
O Instituto Nacional de Câncer – INCA informa que o câncer de colo do útero é a quarta causa de morte pela doença entre a população feminina do país, além de ser o terceiro tumor maligno mais frequente no público, atrás do câncer de mama e do colorretal.
A oncologista clínica Emanuella Benevides Poyer, do COP – Centro de Oncologia do Paraná, destaca a informação do Ministério da Saúde: “Cerca de 80% das mulheres sexualmente ativas entrarão em contato com o HPV ao longo da vida e cerca de 5% delas vão desenvolver o tumor maligno em um prazo de dois a dez anos. Por isso, ressaltamos a importância de se tomar a vacina contra o HPV (papilomavírus), disponível nas unidades de saúde e rede privada.
O câncer de colo do útero é causado na grande maioria dos casos pela infecção persistente do Papilomavírus Humano (HPV) e a principal via de contágio é a sexual, por isso é fundamental o uso de preservativo, para diminuir o risco de transmissão e infecção. “Ao todo, existem mais de 100 tipos de HPV reconhecidos, sendo que aproximadamente 40 deles infectam o trato genital feminino. Entre os tipos mais perigosos, destacam-se o HPV-16 e o 18. O tipo 16 aumenta em 400 vezes o risco da doença (câncer de colo do útero), já o HPV-18 está relacionado ao subtipo adenocarcinoma de colo de útero”, ressalta a oncologista clínica.
Dra. Emanuella B. Poyer aponta que é importante realizar exames preventivos e, assim, evitar casos graves. O exame preventivo mais conhecido é o Papanicolau, que ajuda na detecção de lesões pré-cancerosas. “Recomendamos às mulheres que façam consultas periódicas com um(a) médico(a) periodicamente. Lembrando que, diagnosticada precocemente, a doença pode ser curada na maioria dos casos”.
Como reconhecer os sintomas
Em sua forma inicial, a doença é silenciosa, mas é possível destacar alguns sintomas:
. Corrimentos;
. Dores na região pélvica;
. Sangramentos irregulares durante e após as relações sexuais.
Conforme diretriz do Ministério da Saúde, as mulheres devem realizar seus exames de rotina (exame Papanicolau, entre outros), indicado para aquelas que têm de 25 a 64 anos de idade, que já tiveram relação sexual.
O tratamento do câncer do colo do útero pode variar dependendo do estágio, tamanho do tumor e fatores como idade e desejo de ter filhos. Entre as opções encontram-se cirurgia, quimioterapia e radioterapia, que devem ser orientadas após uma avaliação médica.
Vacina contra o HPV
A vacina é o melhor meio de prevenção contra os variados tipos de HPV, tanto aqueles que podem causar uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), como aqueles que podem progredir para o câncer de colo de útero (cervical). A vacina contra o HPV está inserida no calendário vacinal do Ministério da Saúde (disponível nas unidades de saúde) e é indicada para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Na rede privada, a vacinação poderá ser feita em mulheres e homens até 45 anos.
Dra. Emanuella B. Poyer cita que a vacinação é considerada uma medida preventiva, sendo eficaz contra as infecções causadas pelos diferentes tipos de HPV. “Em geral, a proteção é acima dos 90% contra os cânceres ligados ao HPV. Por isso, reforçamos a importância dos exames preventivos que devem ser realizados mesmo em pacientes que já tenham sido vacinadas”.
No Brasil, está disponível a vacina quadrivalente, que protege contra os tipos 6 e 11, causadores de 90% das verrugas genitais, e os tipos 16 e 18, considerados de alto risco, que causam cerca de 70% dos cânceres cervicais.