NOSSO BLOG

Hormonioterapia para o tratamento do câncer de mama: o que é e quando é indicada

01/06/2023

Centro de Oncologia do Paraná

O câncer de mama é dividido por diferentes subtipos, dentre os quais cerca de 80% são receptores dos hormônios estrogênio e progesterona positivos.

Isso significa que os hormônios estimulam o crescimento do tumor, por isso precisam ser bloqueados para o controle da doença. Esse bloqueio por meio de medicamentos (ou cirúrgico conforme o caso), leva o nome de hormonioterapia, ou terapia hormonal.

Pensando em esclarecer este assunto, que gera muitas dúvidas entre as mulheres, conversamos com a oncologista clínica, Dra. Raquel Cristina Dalagnol. Confira o conteúdo e fique por dentro.

Quais as principais funções da hormonioterapia?

Os principais objetivos da hormonioterapia no tratamento dos tumores hormonais são:

– redução no risco de recidiva do câncer já operado;

– redução do volume de tumores para que se tornem operáveis, ou, ainda, possibilitar que a cirurgia se torne menos agressiva, com a retirada de apenas uma parte da mama (mastectomia conservadora);

– redução do risco de aparecimento do câncer de mama em pacientes com síndromes como a BRCA1 e BRCA2.

Como funciona a hormonioterapia?

A hormonioterapia para o câncer de mama pode ser feita de diferentes formas, empregadas isoladamente ou em conjunto conforme o caso. São elas:

– bloqueio da função ovariana: como os ovários são a principal fonte de produção de estrogênio em mulheres que ainda não estão na menopausa, impedir o seu funcionamento faz com que reduzam os níveis desse hormônio. Para isso, pode ser feita uma ooforectomia (retirada dos ovários por cirurgia), tratamento com radiação ou interrupção temporária, por meio de medicamentos como a goserelina;

– bloqueio da produção de estrogênio: o organismo utiliza uma enzima chamada aromatase para a produção de estrogênio pelos ovários e tecidos. Por isso, são usados os medicamentos inibidores de aromatase, como letrozol e anastrozol;

– bloqueio dos efeitos do estrogênio: existem também medicações que interferem na capacidade do estrogênio de estimular o crescimento das células cancerígenas, como é o caso do tamoxifeno e fulvestrant;

– terapias combinadas contra metástases: quando o câncer de mama gerou metástases para outras regiões do corpo, podem ser utilizados protocolos combinando a hormonioterapia a outros tratamentos que ataquem deficiências específicas das células doentes. Podem ser utilizados medicamentos como abemaciclibe, palbociclibe, ribociclibe e everolimus.

Esse tratamento pode causar efeitos colaterais?

Assim como em outros tratamentos contra o câncer de mama, a terapia hormonal também pode causar alguns efeitos colaterais. Na maioria dos casos eles estão ligados à falta de estrogênio no organismo. Veja quais são:

– sintomas semelhantes aos da menopausa, com fogachos (calorões), sudorese noturna, secura vaginal e alterações de humor;

– dores ósseas, osteopenia ou osteoporose. Por isso, as pacientes em uso de inibidores de aromatase recebem também os chamados bisfosfonados, responsáveis pela redução da perda de massa óssea;

– perda muscular.

Apesar dos efeitos colaterais, a hormonioterapia é bem tolerada pela maioria das pacientes, além dos bons resultados que traz em relação ao tratamento do câncer de mama.

Gostou do conteúdo? Acompanhe as nossas redes sociais para saber mais sobre este e outros assuntos relacionados!

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *