Assim como ocorre com os diversos tipos de neoplasias, os tumores de colo do útero não são todos iguais. Conforme o tipo de célula, a região onde se originou o câncer, seu tamanho ou outros órgãos atingidos, há diferentes características que devem ser consideradas para a indicação dos melhores tratamentos.
Pensando em esclarecer melhor o assunto durante este Janeiro Verde-piscina, mês de conscientização sobre a doença, conversamos com a cirurgiã oncológica com foco no tratamento de tumores ginecológicos, Dra. Nayara Greselle. Confira o conteúdo e fique por dentro.
Lesões pré-cancerígenas do colo do útero
As células do colo do útero não se transformam em câncer de uma hora para outra. Elas sofrem gradualmente alterações anormais. A realização regular do exame preventivo (Papanicolau) é muito importante, já que detecta essas alterações.
O vírus do HPV (Human papillomavirus) é o principal causador destas alterações e a mulher pode desenvolver as lesões pré-cancerígenas. Nesse caso, são chamadas de neoplasia intraepitelial de colo do útero (NIC).
Essa região é revestida por várias camadas de células, arranjadas de forma bastante ordenada. A desordem destas, causada pelo HPV, é acompanhada por alterações nas células. Quando a desordem ocorre nas camadas mais superficiais estamos diante de um NIC 1. A lesão pode acometer as camadas mais profundas, evoluindo para o NIC 2 e 3.
As lesões NIC 1 geralmente possuem comportamento benigno. Em 90% dos casos, possuem regressão espontânea. Por isso, pode ser feito o acompanhamento no início. É recomendado realizar novo exame preventivo em 6 a 12 meses.
Vale frisar que o tabagismo é um fator de risco para progressão da lesão, pois agentes que causam o câncer específicos do tabaco podem danificar as células do colo uterino.
As lesões ditas de alto grau, NIC 2 e NIC 3, são precursoras do câncer de colo do útero. Após este diagnóstico, é indicado de avaliação do colo uterino com exame de colposcopia e biópsia. Posteriormente, se define a necessidade de tratamento cirúrgico.
Tipos de câncer de colo do útero
Os principais tipos de câncer de colo do útero são o carcinoma de células escamosas e o adenocarcinoma. Aproximadamente 90% dos tumores diagnosticados são carcinomas de células escamosas. Eles se desenvolvem a partir de células da parte externa do útero, que fica em contato com a vagina, chamada ectocérvice.
A segunda categoria mais comum é o adenocarcinoma. São tumores que se desenvolvem a partir de células da parte interna do colo uterino, que são células produtoras de muco.
Entre os tipos menos frequentes estão o carcinoma adenoescamoso e o tumor neuroendócrino.
Como é definido o tratamento para o câncer de colo do útero?
No momento em que a paciente é diagnosticada e o subtipo do câncer é determinado com a biópsia, é necessário saber a extensão da doença e se ultrapassou os limites do colo uterino. Para isto, são solicitados exames de imagem como ressonância magnética e tomografia computadorizada para fazer o estadiamento adequado da neoplasia.
Outros fatores que também devem ser considerados para melhor tratamento é a idade da paciente, condição física geral e se há o desejo ou não de ter filhos. Estes são dados fundamentais para a definição do protocolo mais adequado.
De modo geral, as opções de tratamento disponíveis são a cirurgia ou tratamento com radioterapia e quimioterapia.
É importante ressaltar que o câncer de colo do útero poder ser prevenido com vacinação contra o HPV. O exame Papanicolau de rotina é a principal meio de rastreio desta doença. Quando os tumores são diagnosticados em estágios iniciais, as taxas de cura chegam a 95%.
Portanto, cuide da sua saúde!!! Caso ainda não tenha agendado seus exames ginecológicos de rotina para este ano, os médicos do Instituto Femina, que foi integrado ao Centro de Oncologia do Paraná, estão a sua disposição. Marque a sua consulta!