Neste Novembro Azul, mês de combate ao câncer de próstata, é importante alertarmos para um aspecto muito importante da doença: grande parte dos tumores possui crescimento lento e silencioso. Ou seja, se os homens deixam de fazer as consultas e exames preventivos anuais, podem acabar descobrindo a doença quando já está avançada.
Na prática, isso significa que as taxas de cura, que chegam a 90%, já não são mais possíveis, permitindo apenas o controle da neoplasia por meio de diferentes tratamentos.
Para explicar melhor sobre este assunto, conversamos com o oncologista clínico, Dr. Bruno Batista. Acompanhe e saiba mais!
Como determinar se um tumor de próstata tem crescimento lento ou rápido?
O grau de agressividade do câncer de próstata, ou seja, se cresce de forma lenta ou mais rápida, é avaliado pela denominada escala de Gleason. Ela foi criada na década de 1960 pelo médico patologista, Dr. Donald Gleason, e deste então vem sendo utilizada pela comunidade médica.
Nesta escala, que tem o objetivo de identificar a provável taxa de crescimento e tendência à geração de metástases, há uma pontuação relacionada às características do tecido retirado da próstata. Ela é baseada na diferenciação glandular, e varia em graduações de 6 a 10, sendo 6 o menos agressivo e 10 o de maior potencial de produzir metástases.
Este dado é fundamental para que urologistas e oncologistas clínicos e cirúrgicos possam programar o tratamento mais adequado, que pode ser desde o acompanhamento, chamado de vigilância ativa, prostatectomia (retirada total da próstata), quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia.
Atualmente, testes genéticos estão investigando sob o ponto de vista molecular a chance de que determinado câncer de próstata tem em produzir metástases. Tratam-se de testes que extraem DNA de biópsias e servem para determinar com mais precisão, quais pacientes são melhores candidatos à vigilância ativa.
O que é vigilância ativa e para quais homens é indicada?
A vigilância ativa é uma modalidade de atendimento específica para cenários em que o diagnóstico de câncer de próstata localizado foi realizado, mas por características específicas não foi indicado tratamento com cirurgia, radioterapia ou bloqueio hormonal.
Como citado, conforme o grau de agressividade do tumor de próstata, pela biópsia, PSA ou teste genético, entende-se que tal tumor é indolente (cerca de 30% dos casos). Ela visa diminuir o excesso de tratamentos, o que significa a redução de intervenções desnecessárias ou que podem ser adiadas para momentos mais oportunos.
Ao se optar por esse protocolo de vigilância ativa será necessário realizar consulta e exames com prazos determinados. Incluem-se nesse protocolo novas biópsias, em geral repetidas a cada 12 meses. Com o passar dos anos, se não houver evolução, este e outros protocolos podem ir se espaçando.
Cuidar de si mesmo é igual a viver mais e melhor!
Independentemente do grau de agressividade dos tumores e as ações indicadas para cada caso, uma coisa é certa: manter rotina de exercícios físicos, alimentação balanceada e consultas médicas em dia podem aumentar a expectativa e a qualidade de vida. Isso vale para a prevenção de vários tipos de tumores, incluindo câncer de próstata.
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